Assim que ouvi ele saindo pela porta, soltei um pesado suspiro de cansaço. Já havia me esquecido como a personalidade dele era difícil de lidar. Terminei de tomar meu café e fiquei olhando para o nada. Minha mente vagava sem determinar um ponto de chegada.
Uma garçonete chegou para recolher os pratos sujos e me chamou a atenção.
– Senhor...?
– Fale.
– O turno de hoje a noite... Eu assumo sozinha... – ela falou diminuindo a voz, como se estivesse com medo de mim ou de alguém escutar.
Olhei em seus olhos e ela desviou o olhar. Soltei outro suspiro cansado e concordei com a cabeça. Assim ela se retirou de perto da mesa.
Já cansado de ficar parado deixei o dinheiro em cima da mesa e sai. Quando cheguei na rua, olhei na direção que vim caminhando com o garoto para a cafeteria. Deixei meu olhar parar em um ponto qualquer. Já estava cansado daquela vida. Queria voltar de onde nunca deveria ter saido. Mas promessa é promessa. Principalmente para alguém como eu.
Caminhei para o lado oposto e entrei no meu carro. Dirigi até minha casa.
Quando entrei percebi que havia algo errado lá. Mas não consegui identificar o que. Fui direto para a cozinha e começei a cortar alguns vegetais. Até que ouvi um tecido roçar contra a madeira da porta.
Joguei a faca de cozinha que estava em uma das minhas mãos na direção do barulho, sem olhar para o alvo. Até ouvir uma risada que não queria ouvir nunca mais.
– Hehehe. Continua agressivo como sempre. Hehehe. – Assim que terminou de falar, ouvi ele retirar a faca que ficou presa na madeira e colocar em cima da bancada que ficava no meio da cozinha.
– O que você quer dessa vez? – Perguntei sem paciência. Mas dessa vez olhando para a voz.
Ele não havia mudado muito. Retirando que seu cabelo encurtou e usava roupas diferentes.
– Só queria me lembrar como era bom rir...
– Da ultima vez já não foi o suficiente para você? Quer mais?! – Perguntei indignado.
– É sempre bom rir. Para alegrar nossas vidas. Huhuhu.
– Toda vez que você ri, pior fica minha vida. Agora saia daqui. Não tenho tempo para você.
– Hehehe. Vou parar de enrolar, então. O garoto voltou, mas isso você já deve saber. Hehehe. Quase matou ele também. Mas já tive contato com ele. Sem memórias, nem sabe quem é você ou eu. Huhuhu.
– E aonde você quer chegar com isso?! – Perguntei sem entender o que ele falava.
– Já ouviu falar em déjà vu? Simples palavras ou ações desencadeiam um sentimento de já ter ouvido ou feito tal coisas. As memórias do garoto terão o mesmo resultado, se você atingir um certo ponto na conversa ou ações. Que de algum modo marcaram a vida anterios dele. Mas há riscos. Então tome cuidado.
– O que você quer dizer, exatamente. – Enfatizei a ultima palavra para mostrar que ainda não havia entendido aonde queria chegar com tudo aquilo.
– Não se aproxime do garoto. Memórias das vidas passadas acabam gravando no corpo ou na alma do ser. E sua situação não é das melhores, se não me engano. Hehehe.
– Sabia que você ia descobrir... – Fui interrompido pelo homem a minha frente.
– Agora vou, você vai ter visitas. Adeus. Huhuhu.
Assim, do mesmo jeito que apareceu ele sumiu. Fiquei encarando o lugar que ele estava. Até a porta ser aberta em um estrondo e a pessoa que a abriu apareceu na cozinha com um semblante de desespero.
– Se-Senhor... Fo-Fomos atacados e... – Depois de ter falado aquilo a garota desmaiou.
Corri em sua direção e a peguei antes de cair no chão. Coloquei a mão na clavícula dela e senti algo molhado na minha mão quando chequei para ver o que era não me assustei. Era sangue. Teria que cuidar de seus ferimento o mais rápido o possível. Talvez ela seja a única que sobrou. Então soltei mais um suspiro. Dessa vez minha vida não seria fácil.
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