12 de maio de 2014

Capitulo 16- Talvez porque te amo - Fanfiction -"Arte da Máfia" - Malina Evans


Pov Akisawa

-Ele realmente fez isso?

-Sim, Sakura. Já te disse que sim.- realmente não aguentava tudo isto só para mim e acabei por desabafar com a Sakura. Ela tinha aparecido em minha casa enquanto eu arrumava a mochila.

-E tu tens a certeza de que queres ir para casa da tua mãe? Sabes que estamos a meio da semana!- apenas fechei a mala e virei-me para ela.

-Sim, eu sei. Mas preciso mesmo de pensar… Estou farta de me chatear com o Kaito.- sentei-me ao lado da mochila preta e fiquei a olhar para o meus pés- Sabes que antes de nós sermos amigos, eu e o Kaito eramos inimigos e mal nos podíamos ver, mas quando começamos a ser amigos, pensei que as coisas mudassem e nos iriamos dar muito bem mas… Ultimamente só temos discutido e só temos ficado chateados um com o outro e eu estou cansada.- voltei a levantar-me- Acho que ir para Osaka me fará bem!- não ia para Osaka apenas por causa do Kaito, mas também porque era lá que estava a tumba do meu irmão já que antigamente era onde que vivíamos.

-Tu é que sabes amiga!- a rosada levantou-se da cama onde antes se encontrava sentada- Queres ajuda a levar alguma coisa?

-Não é preciso, obrigado! É só esta mochila já que não vou passar lá muitos dias.- dito isso, peguei na minha mochila e começamos a descer.

Tinha dito ao meu pai que ia para casa da minha mãe e ele não se tinha importado, como sempre. Não era a primeira vez que fazia isto, que a meio da semana ia para casa da minha mãe e só volta no fim-de-semana, mas esta é a primeira vez que vou para Osaka por causa de alguém que não o meu pai… Por causa do idiota de um rapaz.

Até chegar a Osaka, apanho sempre uns quatro comboios e normalmente a viagem dura cinco horas e sempre que a viagem termina, tenho que ir a andar até Osaka-land, já que normalmente às horas que eu chego, a minha mãe está sempre a trabalhar.

Quando cheguei ao enorme parque de diversões, como sempre, não houve qualquer espanto ou entusiasmo com as diversões que lá havia. Todos os anos vinha cá, todos os anos andava em todas as que me apetecia, já que a minha mãe tem desconto por trabalhar aqui.

Dirigi-me à habitual barraquinha de farturas onde a minha mãe trabalha e como sempre, ela estava ocupada a servir todos os clientes que podia com a ajuda dos colegas. Parecia cansada, mas mesmo assim estava sempre com um sorriso nos lábios. Era por isso que admirava a minha mãe! Acontecesse o acontecesse, ela tinha sempre um sorriso no rosto, por muito cansada que estivesse ou mesmo se as coisas não lhe estavam a correr bem! Se eu pudesse vivia com ela, aqui em Osaka, mas o meu pai ficou com a minha guarda assim que eles se divorciaram, já que ele é o chefe de uma empresa e ganha o suficiente para manter todas as dívidas estáveis, já a minha mãe… Não tem essa sorte. O seu nome é Miyuki Shimura! Shimura é o seu nome de soltei, já que antes era Miyuki Furukawa. É um mulher muito bonita, de olhos castanhos assim como o cabelo, é uma mulher simples e que se veste simplesmente, mas mesmo assim está sempre linda.

Fui-me aproximando cada vez mais da barraquinha, até que ela finalmente me viu.

-Aki!- gritou assim que me viu aproximar. Entregou uma fartura a um cliente e virou-se para um dos colegas pedindo-lhe algo, e depois, via sair da roulotte, vir a correr na minha direção e abraçar-me- Querida porque não me avisaste que vinhas?! Tinha tirado do dia folga para estarmos as duas juntas!- que explicar a minha o porquê de não a ter avisado, mas mal conseguia falar com ela a esmagar-me contra o peito e então comecei a mexer os braços rapidamente para ver ser percebia, até que me largou- Oh! Desculpa amor, mas é que eu estou tão feliz por te ver!- e desta vez voltou a abraçar-me sem me apertar a cabeça.

-Eu também estou muito feliz por te ver mãe!- então ela largou-me e ficamos a olhar uma para outra- Desculpa não te ter avisado que vinha, mas foi mesmo à última da hora.

-Tudo bem! Não tem problema! Mas porque estas aqui em pleno dia de semana? Chateaste-te outra vez com o teu pai?

-Não foi bem por isso…

-Bem, o que quer tenha sido, vais-me contar, apesar de saberes muito bem que eu não gosto que venhas para cá quando estás em tempo de aulas.

-Eu sei mãe, mas… Estava mesmo a precisar de vir para cá.- ela apenas suspirou, mas manteve o sorriso.

-Está bem! Eu vou só pedir para tirar o dia de folga para estarmos juntas!- e começou a distanciar-se- Espera só uns cinco minutos está bem?!

-Mãe!- chamei-a antes que se afasta-se mais e ela virou-se assim que a chamei- Podemos ir visitar o Atsushi?- apesar de já saber que ia pedir aquilo, ela olhou para mim com cara de espanto. Mas então, sorriu-me e apenas assentiu, voltando-se de novo para a frente e indo para a roulotte.

E assim o fez! A minha mãe pediu o resto de dia de folga e fomos as duas até a uma florista comprar umas rosas brancas para por na tumba do meu irmão. Fomos a conversar pelo caminho enquanto não chegávamos a cemitério. A minha mãe tentou a todo o custo não passar pelo local do acidente, eu sabia bem que o quão doloroso era para ela passar por lá, já que tinha sido o local onde o filho tinha falecido. Para mim também era doloroso, mas… Eu realmente queria lá voltar! Não porque algumas das recordações eram boas, já que nenhuma o era, apenas porque… Não valia a penas fugir mais do passado, já que por muito que eu tentasse esquecer, isso não iria trazer a minha antiga vida de volta e muito menos o meu irmão.

Finalmente chegamos. Como sempre era um local um pouco sombrio apesar de bem tratado. O muro que vedava todo o terreno era alto, branco e já com algumas rachas e para entrar, havia um grande portão preto, aberto de par-em-par. Fomos andando até finalmente chegarmos a uma campa que tinha uma grande pedra, onde tinha grava não só a data de nascimento e de falecimento como também tinha escrito, Atsushi Furukawa. Coloquei as flores sobre a pedra branca e ajoelhei enquanto rezava.

-Não percebo porque gostas de vir aqui sempre vens a Osaka.

-Acho que é normal. Podes vir cá sempre que quiseres, já eu não.- respondi enquanto me levantava colando-me ao seu lado.

-Sabes bem que só venho aqui quando cá estas. Não sou assim tão forte quanto tu filha.

-Eu sei mãe. Eu sempre que venho aqui, de certa forma… Sinto-me mais perto do Atsushi e também… Sinto que se falo perto dele, que todos os meus problemas desaparecem e que de alguma forma, tudo vai ficar bem. É estranho eu sei! Mas é o que sinto!- mencionei entre risos.

-Não posso dizer que percebo, mas se tu te sentes feliz, então eu também estou feliz!- apenas olhei para a minha mãe e sorri e enquanto ela me sorria de volta- Sabes! Agora é que me lembrei! Porque viste para cá desta vez se não foi por causa do teu pai?

-Bem… É que… Eu tenho um amigo que…

-Um namorado, queres tu dizer!

-Nada disso!- respondi-lhe alto sentindo a face arder, mas logo tapei a boca já que ali não era um sitio para falar com aquele tom de voz e a minha mãe limitou-se a rir.

-Desculpa!- mencionou entre risos- Continua!

-Não sei se te lembras de eu te ter falado de um rapaz chamado Kaito.

-Ah sim! Lembro-me vagamente! Tu dizias que ele era irritante e que o odiavas e à algum tempo que não te ouço falar dele quando falamos ao telefone. Mas o que tem?

-Bem, à algum tempo, nós tornamo-nos amigos. Ele tem-me ajudado bastante e também foi muito querido comigo quando fui para o hospital e…

-É verdade!- mencionou antes deu poder terminar a minha frase, e logo pegou nas minhas mãos virando-me para ela- Querida, desculpa-me por não ter ido verte ao hospital, mas não consegui, dois colegas meus não poderão ir trabalhar e eu tive quase que me dividir em duas para poder fazer tudo! Acho que até o teu irmão está chateado com isso.- apenas me ri com o que ela dissera. Era a primeira vez que a minha mãe dizia algo assim.

-Não te preocupes com isso! Eu compreendo! Tu contas-te isso todas as vezes que me telefonavas… E tu ligavas-me umas dez vezes por dias.

-Eii, quando tiveres filhos, vais compreender, ok?!- de seguida largou-me as mãos e pediu-me para continuar.

-Ele sempre me ajudou em tudo desde que nos conhecemos e eu sempre o ajudei a ele da melhor maneira que pude, mas ultimamente… Ele… Ele tem estado tão estranho comigo! Nem parece o mesmo. Discutimos por tudo e por nada e depois voltamos a estar bem, voltamos a discutir e depois voltamos a ficar bem, mas desta vez para mim, foi a gota de água.- passei a mão para o cabelo e olhei para a tumba do meu irmão- Ele desta vez quase que me beijou, mas não sei porquê, empurrou-me e mando-me ir embora como se algo de horrível tivesse acontecido. Eu realmente já não o entendo mãe. Pensei que agora que nos tínhamos tornado amigos, as confusões entre nós iam terminar, mas afinal enganei-me.

-Bem… Eu devia dizer alguma coisa sobre o facto de ele quase te beijar…- apenas me limitei a revirar os olhos, porque pensei que minha mãe tinha deixado de ouvir assim que mencionei o quase beijo- Mas parece-me que tu gostas bastante dele, não é?

-É normal! Somos amigos!

-Mas tu quando discutias com o Eijun por coisinhas de nada, não ficavas assim.

-Era uma criança! Num dia estava chateada mas no outro já tinha passado tudo! Por favor, não compares.

-Comparo sim… Sabes porquê?- apenas olhei para ela e vi que me sorria- Tu talvez chateia-te tanto, que acabas por não perceber uma coisa!

-O quê? Que ele é um idiota? Isso eu já tinha percebido à muito tempo, obrigado!

-Nada disso, tonta! Talvez tu estás apaixonada por ele!- respondeu-me, tocando-me no nariz.

-A- A- Apaixonada?! Claro que não! Por que razão iria estar apaixonada por um idiota como ele? Atura-lo só me dá dores de cabeça!

-Olha que a mim parece-me que tu gostas dele!

-Parece-te mal! Muito mal mesmo!- e ela apenas se limitou a rir.

-Tu é que sabes! Mas eu vou continuar a dizer o mesmo!- então ela começou a andar.

-Onde vais?

-Para o carro! Sei que gostas de ficar aqui um bocado sozinha, por isso vou indo!- deu costas e acenou- Até já!- e apenas sorri. Então, virei-me para a campa do meu irmão e pus-me de cocaras.

-Será que é mesmo verdade o que a mãe disso, mano?

Talvez fosse verdade. Talvez a minha mãe não estivesse errada. Talvez eu gostasse dele mais do que um amigos e por isso é que fique tão irritada. Talvez porque… Talvez porque o amo.

Mae de Akisawa

Miyuki Shimura 

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