30 de maio de 2014

Capitulo 10 - A Festa - Fanfiction - "The Blood Bound" - Karura


A volta as aulas foi a mais irritante possível. Marcos estava com sua energia recarregada. Fazia a maior baderna no colégio, gritava, corria e ria exageradamente.
- Ei Ciel! Chegou tarde, né!
- Nem me fale. - Angelina havia esquecido de colocar o despertador para tocar. Ela acordou faltando dez minutos para ir trabalhar.

- Então Ciel... - "Lá vem bomba..."- Os pais de um garoto da minha classe vão viajar e ele vai fazer uma festa neste sábado. E é claro que eu falei que você vai!
- O quê?! Confirmando a presença de alguém sem antes perguntar a ela se vai! - "Ah! Mas ele está testando minha paciência! E ela já está no limite!"
- Vai ser divertido! Te garanto! Não irá se arrepender! 'Tô indo pra sala, se não vô pra diretoria.
Depois que a aula acabou não vi mais Marcos. E assim passou a semana. Ele não aparecia mais no colégio. Perguntava para os seus colegas de classe e eles falavam a mesma coisa.
- Ele estava por aqui agora mesmo... Olha, não sei onde ele foi, talvez, tenha ido para algum lugar para matar a próxima aula, ou foi embora por conta própria.

Sexta-feira de tarde mandei-lhe uma mensagem perguntando como iriamos para tal festa. A resposta foi curta e rápida
'Te pego às 21h. Espere na esquina.'
'A festa tem algum tema ou é algo mais livre?' - Perguntei.
'Livre. Ciel, estou ocupado. Falo com você amanhã.'
Assim, parei de mandar mensagens para ele e fui dormir emburrado pela forma grosseira que ele me tratou.
Agradeci a Deus por não ter tido aula no sábado. Havia ouvido falar que, sempre, depois das férias o colégio perdia um dia para fazer inspeções para procurar algum defeito na estrutura do prédio, por ser velho demais.
Como prometido. Marcos me mandou um sms pedindo desculpa por ter sido grosso comigo. E explicou que tinha brigado com os pais e não queria descontar a raiva em mim.
Simplesmente a li e deixei o celular no criado-mudo ao lado da cama. O tempo passava devagar. Entrei na biblioteca da minha tia e peguei um livro qualquer e fui ao meu quarto ler.
Parecia que o livro relatava o dia-a-dia de uma mulher de alta classe da época Vitoriana, como eram os bailes, os casamentos e as futilidades que as mulheres conversavam naquele tempo.
Aquele livro parecia que me lembrava de algo. Como se eu já tivesse vivido aqueles relatos e os participados. A sensação foi tão ruim que no único capítulo que li desisti de ler o restante do livro E fui dormir novamente.

~Sonho Modo On~ (autora narrando)
No hall de entrada de uma mansão, havia uma garota, com um vestido rosa florido, três empregados, onde um era um cozinheiro, uma empregada e um jardineiro. Descendo as escadas com o dono da casa estava o mordomo.
- Cieeeeel! Vaaaamos logoooo! Se não vamos nos atrasar! - A garota, de vestido florido, que ao falar com a voz estridente causou uma expressão de dor ao conde que morava naquele local.
- Certo, certo. Estou pronto. Tanaka, a carruagem está pronta? - Disse o Jovem conde ao mordomo que o seguia.
- Sim, meu jovem Mestre. - O velho senhor japonês fez uma pequena reverencia.
O mordomo abriu a porta e guiou o casal até a carruagem. Quando o conde se vira e começa a correr em direção a floresta, que havia ao lado da mansão. A garota e o mordomo tentaram chamar ele para voltar, mas o garoto já havia se afastado demais deles.
Quando o menino percebeu que havia se perdido. O que ele perseguia apareceu atrás dele. E ficaram se encarando mesmo não conseguindo enxergar direito na escuridão da floresta.
- O senhor não devia correr atrás de estranhos, ainda mais se estes forem para matas densas e escuras. O senhor pode se machucar.
- Estranhos? Hunf! E quem é você para me dizer isto?! - Mesmo que o garoto não quisesse falar aquilo. As respostas arrogantes saiam sozinhas. - Esqueça isso. Vamos logo para a mansão. Ainda tenho uma festa para ir...
Assim que o garoto virou para volta a carruagem. O homem, que estava com ele, o puxou pelo pulso e o prendeu contra uma árvore. Aproximou o rosto e sussurrou ao ouvido do garoto.
- Não é assim que você me responderá. Acho que terei que mostrar o seu lugar. Demonstrando como você é fraco e patético. - As palavras pareciam que saiam com certo rancor.
- Você não é Ele. Onde ele está?! - Perguntou, notando certo hesitamento por parte do homem.
Assim que ele se afastou um pouco, conseguiu notar poucas características do rosto. Mas que foram o suficiente para descobrir quem era. E para a surpresa do rapaz, esse, que estava na sua frente, começou a rir do nada, o assustando.
- Não esperava que fosse me ver novamente? - Ele ria freneticamente, como se estivesse nervoso ou ansioso.
- O que houve com você? Onde Ele está?! - Encara o outro a sua frente, ainda preso contra a arvore.
- Nem queira saber pelos maus bocados que passei... Ele?... Nunca descobrirá...
Com isso o sonho do garoto foi se dissolvendo aos poucos. E deixando a sensação que tudo o que havia acontecido naquele devaneio era importante para algo.

~Sonho Modo Off~ (Ciel narrando)
Acordei como se tivesse corrido uma maratona. Estava ofegante e com um ritmo cardíaco acelerado.
Peguei meu celular para ver que horas eram. E me deparei que faltavam apenas meia hora para o horário marcado. Percebi que havia recebido uma mensagem de Angelina, ela me avisava que iria fazer um plantão. Então só estaria em casa na manhã seguinte.
Tomei um banho. Vesti uma camisa branca, calça jeans preta e um all stars branco de couro.
Às nove em ponto estava na esquina da minha casa esperando Marcos chegar. Após quinze minutos ele chegou e eu embarquei no carro. Nesse meio tempo, lembrei que ele ainda não tinha feito dezesseis anos. Então finalmente no meio do caminho perguntei a ele.
- Marcos, você não deveria estar dirigindo.
- Ué, por que não? - Ele fez um semblante de desentendido.
- Você não tem dezesseis anos, ainda, para dirigir. Estaciona que eu continuo o caminho dirigindo.
- Francamente Ciel, se passássemos por uma blitz policial e se você estiver dirigindo, eles vão te parar sem pensar duas vezes. - Marcos deu uma risada, olhou para mim pelo canto do olho e riu ainda mais.
Inconscientemente inflei as bochechas e fiz um bico. Era claro que eu ficaria irritado com um comentário daquele;
- Maldito.
- Hahaha! Relaxa, eu dirijo há um bom tempo.
- Só não me mate. - Falei olhando pela janela ao meu lado.
- Certo, certo. Daqui a pouco já vamos chegar, dai você relaxa.

O resto do percurso foi em silêncio. Ao chegarmos a casa do tal amigo de Marcos, ele me passou um aviso básico.
- Não aceite nada do que te oferecerem. Bebida nem nada.
- Certo, mamãe. - Me virei e sai rindo. Senti ele agarrar o meu cotovelo e me virou para olhar para ele novamente.
- Não estou brincando, Ciel. É sério. - Ele me olhava seriamente, esperando que concordasse com o que ele pediu.
- Certo. Agora me larga. - Me soltei do aperto dele e esperei ele ir na frente.
Quando chegamos dentro da casa, o morador da mesma veio falar conosco e disse aonde iremos encontrar bebida e comida. Havia três freezers no lado de fora da casa, cheio de bebidas e a geladeira dentro também. Na mesas tanto dentro quanto fora estava as comidas.
Fui na geladeira de dentro e dei uma olhada no que havia lá. Tinha várias marcas de bebidas alcoólicas. Havia Whisky, vodca, cerveja e algumas coisas vai leves. Bem escondido encontrei uma garrafa de água. Peguei ela e fui para um canto um pouco longe de todos. Me sentei em um banco que havia por ali e fiquei observando.
Depois de uns vinte minutos. Uma garota da minha sala, também moradora da casa onde esta sendo realizada a festa, veio fazer companhia para mim.
Ela tinha longos cabelos castanhos escuros, lisos, com uma franjinha até a altura das sobrancelhas , olhos cor de mel, quase que um dourado. Estava vestida com um vestido branco liso que ia até a metade de suas coxas. Sua pele tinha um leve tom de bronzeado que destacava o vestido.
- Então Ciel. Está se acostumando com o ritmo daqui?
- É igual a todos os outros colégios do país.
- Oh... Não estava me referindo ao colégio, mas este ritmo de vida que temos. - Ela falou apontando com a cabeça para a festa.
- Ah... Mais ou menos.
Continuamos conversando um pouco até que uma das amigas dela veio correndo para falar algo com ela.
- Chloe! Desculpe intrometer, mas ele chegou! E disse que queria falar com você.
- Obrigada Megan por me avisar. Ciel, com licença, tenho que ver o que essa pessoa quer comigo. Já volto para continuarmos a conversar.
- Certo... Até mais...
Assim que Chloe já estava bem longe, sua amiga, Megan se virou para mim e começou a contar a vida da amiga.
- ... Eu não conhecia ela antes disso tudo começar. Mas eu acho que eles continuam namorando, entende?
- Hm... - Desde que começou a falar não prestei a mínima atenção ao que ela disse.
- Ele é realmente bonito, mas acho que é um pouco velho para alguém da nossa idade. Mas é difícil dizer se estão namorando ou não. A relação deles é realmente complicada de se entender sem se intrometer na vida deles...
- Ela está vindo. É melhor parar de falar agora.
- Certo! - Assim que Chloe se aproximou o suficiente, Megan ficou em pé e cumprimentou a amiga. - O que que deu?
- Nada Megan. Ah, pode fazer um favor pra mim? Prepare aquilo naquela mesa, fazendo o favor? - Pediu apontando para a mesa redonda.
- Tudo o que você precisar amiga! - Assim ela se afastou e Chloe sentou com tudo no banco do meu lado.
- Ela deve ter falado demais, certo?
- Nem prestei atenção, mas parecia que ela tava contando a sua história com "ele".
- Oh... Ela não perde tempo... - Ela suspirou- Quer jogar Verdade ou Consequência?
- Hm? - Olhei sem entender o que ela havia falado.
- Fala sério! Você nunca jogou?! O famoso Londrino, que todas as garotas estão de olho, nunca jogou Verdade ou Consequência?! Essa é novidade! Hahaha! Venha, vamos jogar você vai gostar!
- A ultima vez que me falaram que eu iria gostar, vim parar aqui... - Murmurei para que ela não ouvisse.
- Ah! Mas antes quero te apresentar alguém.
Ela me guiou entre as pessoas com uma velocidade incrivelmente rápida. Quando chegamos perto da porta de entrada, ela largou meu pulso e correu na frente. Parou atrás de um homem e o virou para direção de eu estava. Ela arrastou ele para perto de mim e nos apresentou.
- Certo! Ciel este é o... - Cortei a fala dela e respondi.
- Já conheço ele...
- Oh... Sério?! Que ótimo! Não preciso perder tempo então! Vamos logo, já devem estar nos esperando! - Ela agarrou o pulso de Sebastian e o meu ao mesmo tempo e nos levou novamente para fora.
- Ela é sempre tão hiperativa assim? - Perguntou olhando meio assustado para a garota.
- Só quando está animada. - Ele olhou para mim e deu um sorriso de canto que logo se desfez ao ver o que ela planejava. - Isso de novo?
- Ele nunca jogou Sebby! Então vai ser legal! - Ela olhou para ele com um sorriso travesso. "'Sebby'?"
- Ah, sim... Vai ser demais. - Sebastian fingiu uma certa empolgação que passou despercebido pela garota.
- Claro que vai!
Assim que chegamos a mesa ela se sentou entre nós dois e sua amiga, Megan, se sentou ao meu lado direito. Megan colocou uma garrafa de vidro no meio deitada e falou.
- Que os jogos comecem! Hehehe!
- Certo. Vamos fazer isso ficar muito mais legal, pessoal. A pessoa que for rodar vai ter que escolher antes se quer verdade ou consequência, para ficar mais misterioso! - Falou Chloe quase pulando sentada.

Foi passando o tempo e poucas vezes a garrafa parava em mim. Estava até que me divertindo. Após um tempo tinha me esquecido de Marcos. Tentei avisar Chloe que iria procurar ele, mas ela me impediu dizendo que o jogo não havia acabo ainda para eu sair. Depois de mais algumas jogadas, comecei a ficar entediado. E as pessoas, que estavam jogando, foram ficando bêbadas. Tentei sair mais uma vez e Chloe não foi educada. Falou que não era mais para eu tentar sair daquela mesa.
Parei de prestar atenção no jogo e ai foi o meu erro. Alguém tinha rodado a garrafa e ela tinha parado apontada para mim. E todos começaram a rir como se algo muito engraçado tinha acontecido. Perguntei o que tinha acontecido e Chloe falou meio alterada por causa da bebida.
- Sebby rodou e parou em você! HAHAHAHA!
- E...?
- Consequência!!!! - Outra garota gritou e continuou a rir.
- Consequência? Qual foi?
- Hehehe! Ele é um pervertido filho da mãe. Se estivesse sóbria matava ele. - Chloe virou e fingiu estrangular o homem. Ele simplesmente ficava rindo.
- Eu não sabia que iria parar nele! - Ele ria junto com os outros, mas parecia estar sóbrio.
- O que que deu? - Perguntei já sem paciência.
- Sebby escolheu consequência. E a consequência seria um beijo! - Ela caiu na gargalhada e bebeu mais um pouco do liquido que estava em seu copo.
- O que?! - Gritei me levantando da cadeira, assustado.
- Peço desculpas, mas não sabia que iria para em você.
- Miserável! É claro que sabia! Mentiroso! - Chloe ria como se estivesse brincando. - Mas regras são regras. Não importa o gênero dos dois participantes. Vai logo! Quero acabar logo com isso.
Olhei assustado para Chloe. "Será que não tem nenhum jeito de pular isso? Beijar outro cara? Fora de cogitação!"
- Calma. Nenhum deles vai se lembrar disso amanhã. Se você souber mentir bem, vão acreditar que isso nunca aconteceu.
- Mas o quê?! Não vou beijar você!
Fui me afastando da mesa e ele veio para cima de mim. Passou um braço pela minha cintura e me trouxe para perto dele. Olhei para seu rosto e senti minhas maças do rosto ficarem vermelhas e desviei a cabeça olhando para o outro lado. Com a outra mão livre ele virou meu rosto para encarar ele e foi se aproximando lentamente. Assim, nossos lábio se encontraram num beijo superficial. Mas logo depois senti ele pedindo passagem e fui cedendo aos poucos. Até que lembrei quem beijava. E empurrei ele, me separando dele.
- Seu nojento. Não era pra colocar a língua também! - Passei o peito da mão pela boca e cuspi no chão. Me virei e fui para dentro da casa.
Encontrei um banheiro e me tranquei lá dentro por um tempo até me recuperar. Não havia entendido o que tinha acontecido comigo.
"Deixar outro cara me beijar?! Só podia ter ficado louco. Ainda por cima um beijo de língua?! Endoidei de vez!" - Olhei no espelho e vi meu rosto corado.
"O que? Por que tô vermelho? O que tem de errado comigo?!" - Lavei o rosto e me sentei um pouco no vaso esperando aquela sensação sair. Sentia que os lábios dele ainda estavam encostado nos meus.
Com esse pensamento voltei a ficar corado. " Merda! Acalme-se! Não foi nada! Ninguém vai lembrar disso amanhã. Tenho certeza!"
Sai do banheiro e fui em busca de Marcos. Encontrei ele deitado no sofá da sala. Deveria ter bebido muito. Acordei ele e perguntei das chaves do carro. Ele falou que estava no bolso.
Peguei as chaves e fui direto pra casa. Angelina não se preocuparia em eu ter trazido um estranho para casa. E nem um carro de um desconhecido na frente de casa.
Ao chegar em casa, ajudei ele a descer do carro e coloquei ele em minha cama para dormi. "Nossa! Quatro da manhã! Ann chega as seis. Vou esperar ela acordado." Esse tinha sido meu plano original. Mas acabei dormindo no sofá.

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