Capitulo 13- Fica comigo e prometo que te vou proteger - Fanfiction "Arte da Máfia" - Malina Evans,

Pov Akisawa

Passou-se uma semana desde que entrei no hospital e ontem, finalmente sai. O médico disse que devia ficar em casa a descansar, mas já estava farta de ficar deitada numa cama, quer fosse de hospital ou fosse a de minha casa e apesar de ser sexta-feira, ia às aulas.

Sai de casa sem me despedir de ninguém. Como sempre, nem o meu pai ou a Juliet estava em casa, não que isso me importasse muito, mas sinceramente, chega a ser solitário. Antes, quando o meu irmão era vivo, tudo era muito mais animado, o meu pai sabia o que era ter tempo para os filhos e ele e a minha mãe não passavam a vida a discutir, e agora, até pelo telefone o fazem.

Ainda não conseguia esquecer o sonho que havia tido no hospital… À muito tempo que não me lembrava do que se tinha passado naquele dia e também, nunca tinha partilhado com ninguém o que se passou naquele dia, o Kaito foi a única pessoa a quem contei e ele… Desapareceu…

Depois daquele dia, nunca mais apareceu no hospital. A Sakura e o Eijun contaram-me que ele ia às aulas, mas que andava estranho e que costumava faltar a algumas das disciplinas. Ainda tenho comigo o chapéu preferido dele, já que nunca mais o foi buscar. Eu podia tê-lo dado à Sakura ou ao Eijun para lho entregarem, mas acho que seria a desculpa perfeita para poder falar com ele sobre o que se passou antes mesmo dele ir embora, por isso ele estava dentro da minha mala, para lhe poder entregar. Ainda sentia a face aquecer sempre que me lembrava disso e ainda me perguntava, se ele realmente me tinha beijado.

Quando já estava a chegar à escola, ouvi o motor de uma mota atrás de mim e quanto olhei, vi quem esperava.

-Aki?- a mota foi-se aproximando de mim e assim que passou, o Kaito tirou o capacete- Que fazes aqui? Não devias estar a descansar?

-Sim, devia, mas estou farta de estar deitada numa cama.- e voltei a andar. Tudo bem que queria falar com ele, mas depois dele nunca mais ter dito nada, deve pensar que não fiquei chateada com isso.

-E vais para a escola assim?- perguntou-me já ao meu lado, fora da mota, levando-a pela mão.

-Estou de uniforme e com a mala. Já estou mascarada de colegial para o Carnaval.

-Já percebi. Estas chateada comigo porque não apareci mais no hospital?

-Não, não é por isso. Aliás, eu nem estou chateada.

-Aki, eu conheço-te muito bem.- e apenas suspirei.

Não queria estar chateada com ele, não queria mesmo mas… Eu pensava que ele era meu amigo e depois… Fez-me aquilo.



-Ouve… Desculpa se não apareci mais no hospital e não te disse mais nada.- e ai virei-me para ele- Não te queria magoar, mas é que eu estive muito ocupado.

-Ocupado a ignorar-me?

-Não! Não é nada disso! Eu estive a tentar descobrir que te alvejou. Passei a semana toda a tentar, mal dormi e ainda não consegui descobrir nada, nem quem foi, nem porque motivo o fez.- aquilo realmente tinha sido muito querido da parte dele e isso fez-me perceber, que eu estava a ser parva ao estar chateada com ele- Desculpa Aki, mas realmente não encontrei nada.- apenas me limitei a sorrir. Não sabia o que dizer em relação ao que ele tinha dito, já que obrigado não era suficiente. E então pusemo-nos de novo a caminho- Eii, queres vir em cima da mota? Para não te cansares! Assim que eu a estacionar, conto-te uma coisa que vai acontecer este fim-de-semana!

-E não me podes contar agora?

-Não!- e sorriu-me- Vá! Sobe para aqui!- e lá subi com ajuda dele, pois ainda me doía bastante a barriga.

Fomos a andar até à parte de trás da escola onde ele estaciona sempre a mota e ele foi-me a contar sobre as poucas novidades que sabia e aquelas que a Sakura por vezes lhe contava. Conto-me também que sempre que a via, lhe perguntava por mim. Não mencionou nada sobre o Eijun, pois sei bem que eles não se dão propriamente bem, nunca percebi porquê, mas eles lá sabem.

Quando finalmente chegamos ao local, ele estacionou a mota e ajudou-me a descer, colocou o capacete dentro da mota, tirando a mala, mas nada de chapéu.

-Então e o chapéu que normalmente usas?

-Isso também gostava eu de saber! Acho que o perdi não sei onde, já o procurei em casa, mas nada.

-És mesmo cabeça de vento, sabias?

-Porque dizes isso?- abri a minha mala e de lá, tirei o chapéu, ajeitando-o- O meu chapéu!- e agarro-o colocando-o na cabeça- Como é que o tinhas?

-Esqueceste-o no hospital, daquela vez que lá estiveste.

-Obrigado Aki!- e sorriu-me. Nesse momento, lembrei-me de uma coisa.

-É verdade! Disseste-me que me ias contar uma coisa que vai acontecer este fim-de-semana, assim que estacionasses! Ainda não disseste o que é!

-Ah sim! É verdade! A escola esteve a organizar este semana uma espécie de noitada na escola para os alunos do segundo e do primeiro ano! Ou seja, para a nossa turma também!

-Não! Nem pensar! Não vou!

-Porque não?

-Acabei de sair do hospital, achas mesmo que estou em condições para isso?

-Mas não tens escolha!- respondeu-me todo convencido e isso, não era bom.

-Ai não? Porquê?

-Porque já nos inscrevi!

-És doido.- e comecei a andar- Já te disse que não vou.- e então, senti a minha mão ser agarrada e voltei-me para trás.

-Vá lá Aki! Vai ser divertido!

-Não sei… Tenho medo que volte a acontecer algo.

-Vamos estar dentro da escola!- mencionou-o entre risos- Nada te vai acontecer!

-Como podes ter a certeza?- não era só por mim, se disparassem de novo contra mim, não queria que ninguém à minha volta se magoa-se, muito menos ele… Muito menos o Kaito. Eu percebi perfeitamente que aquele tiro não foi ao acaso e tinha sido disparado de propósito para mim e não queria que ele também se ferisse.

-Não tenho, mas fica comigo e prometo que te vou proteger.

Só com aqueles palavras, já me sentia protegia. Aliás, sentia-me protegida sempre que estava com ele, era difícil explicar, mas era o que sentia.

Sem me largar a mão, ele agarrou-a ainda mais, começou a andar e apesar de ver meio vergonhoso, fomos até à sala assim, de mão dada, enquanto aquele dia passava e o fim-de-semana, chegava.