Capitulo 7 - O Teu Passado - Fanfiction- "Cut Innocence" - Raven Chan

No dia seguinte os dois à escola ao mesmo tempo. Foi uma mera coincidência. Nenhum deles estava à espera de que se encontrassem tão cedo. Para Ai aquele não passava de mais um encontro inesperado, no entanto Kazuo sentiu-se feliz e um pouco envergonhado ao vê-la aproximar-se. Quando se envergonhava Kazuo punha a mão direita à frente do rosto para disfarçar a sua face corada.

- Bom dia Ai-chan. – Cumprimentou o rapaz.

- Bom dia. Não esperava ver-te tão cedo. Andas a seguir-me outra vez?

- Não serás tu que me andas a seguir?

- Querias não querias?

- Nem era mau de todo.

A conversa continuou sob os olhares de curiosidade e de espanto dos alunos que ali estavam a observá-los.

Todos estavam boquiabertos. Toda a escola conhecia Kazuo pela sua exigência em escolher as suas companhias e, normalmente, nunca se aproximava assim de raparigas publicamente. Muito menos daquela maneira tão gentil.

Dá-se o toque de entrada e todos se começam a dirigir para as suas respetivas salas. Ai e Kazuo não são exceção. As coisas tornaram-se ainda mais fora do normal quando todos viram Kazuo acompanhar a pequena à sua sala. Os amigos mais chegados dele ficaram chocados com aquele gesto.

Os sussurros enchiam os corredores e cresciam rumores de que o rapaz voltara a fazer das suas. Palavras como: “O quê? Ele anda com aquela? Que desperdício…”, “Notasse bem que ele anda a usá-la para passar tempo.”, “Como se ele se fosse interessar por uma rapariga vulgar como aquela. Quando ele tiver o que quer deita-a fora tal como sempre faz com lixos daqueles.”. Seguido daquelas palavras normalmente faziam-se ouvir risos e gargalhadas maldosas.

Quando todos aqueles boatos chegaram aos ouvidos de Ai a pobre rapariga voltou a ficar insegura, mas no entanto queria uma explicação para aquilo, queria saber se não passava mesmo de um boneco que ele tencionava usar e deitar fora.

Ela correu para o terraço, pois sabia que ele a esperava lá em cima.
Chegou ao terraço e lá estava ele deitado debaixo da árvore onde se encontraram pela primeira vez. Mais uma vez ele parecia apenas calmo e sereno como uma criança a dormir. Ai irritou-se ao vê-lo assim e atirou-lhe com a mala em que trazia o almoço para cima.

- Mas para que é que foi isso? – Perguntou levantando-se.

Olhou para ela e reparou que os seus olhos estavam cheios de raiva e lágrimas.

- Tu não prestas. Eu pensava que eras meu amigo.

Dizendo isto ela começou a chorar e a correr para a porta. No entanto ele conseguiu agarrar-lhe um braço e impedir que ela fugisse assim.

- Porque estas assim? O que te faz pensar essas coisas? – Perguntou confuso.

- Tu sabes bem porquê… Eu não sou um boneco, não vou ser usada por ninguém. Eu sei o que eles dizem sobre ti.

Kazuo agarrou nas mãos da pequena e olhou-a nos olhos com um ar bem sério e questionou:

- Onde ouviste isso?

- É o que todos dizem. E todos te conhecem melhor do que eu.

Não aguentando ver a rapariga lavada em lágrimas ele dá-lhe um beijo na testa, larga as mãos dela e dirige-se para a porta com uma cara de quem de preparava ara cometer um homicídio.

- Espera aqui eu já volto.

- O que vais fazer? – Continuava a chorar.

- Eu vou tratar disto com um crime perfeito.

Aquelas palavras fizeram-na estremecer juntamente com o seu olhar determinado. Com um impulso ela agarra o braço direito dele impedindo-o de ir.

- Não podes fazer isso.

- Claro que posso.

- Eu não vou voltar a acreditar em ti se fizeres isso.

- Eu sei, mas não posso perdoar as pessoas que te meteram a chorar assim. – Disse olhando nos olhos dela.

Ouvindo aquilo Ai ficou perplexa sem saber o que fazer e naquele momento uma brisa faz voar as folhas caídas das cerejeiras por entre eles. Quando a brisa passou Ai começou a chorar ainda mais:

- Porque é que fazes isto? Diz a verdade de uma vez.

A rapariga caiu de joelhos no chão tapando o rosto com as mãos. Kazuo ajoelhou-se diante dela ajeitando o cabelo da pequena para trás da sua orelhas.

- A verdade é que és a primeira pessoa que realmente importa para mim. Posso ter feito muita asneira no passado, mas não vou atrever-me a voltar a magoar-me. Não irei perdoar-me se o fizer. Tal como não irei perdoar quem te pôs assim.

Enquanto Ai tentava limpar os olhos Kazuo abraçou-a com força dizendo:

- Eu vou estar sempre do teu lado e irei sempre proteger-te. Mesmo que isso custe a minha vida

- Cala-te seu idiota. Para de mentir. – Disse a rapariga abraçando-o de volta não conseguindo conter uma única lágrima.