16 de dezembro de 2013

Capitulo 5- Confissões- Fanfiction "Arte da Máfia"- Malina Evans


-Finalmente! Fim de semana!- quase gritou o Kaito enquanto conduzia.

-É mesmo. Esta semana parecia que nunca mais acabava.

-Oh... Eu pensava que tu querias que ela nunca mais acabasse...

-Porque pensavas isso?
-Porque causa do baile na escola!- com a sua resposta senti a minha face a arder, não conseguia tirar da cabeça o que se tinha passado à porta da escola, porque já no baile nós quase não dançamos nem nos falamos. Por alguma razão o Kaito ficou tão constrangido quanto eu.

-Que parvoíce. Isso já passou.

-Como queiras.- murmurou, mas mesmo assim ainda o ouvi, apesar de nem me dar ao trabalho de dar resposta.

Estava quase a chegar à minha casa, quando vi que à entrada estava...

-Pai?

-É o teu pai?- e nesse momento o Kaito começou a abrandar e vi o meu pai e a Juliet voltarem-se para nós.

-É.- desci rapidamente da mota que ainda estava a abrandar, tirei o capacete e apróximei-me deles.

-Akisawa...- chamou-me o meu pai com um tom de voz espantado.

-Olá pai. Olá Juliet.- cumprimentei-os acenando.

-Quem é o teu amigo?

-Aah... Este é o Uhebara Kaito. Um colega meu.

-É um prazer senhor e senhora Furukawa!- cumprimentou o Kaito- com um sorriso- já ao meu lado, sem o capacete e pedindo-me o meu, que lhe entreguei logo a seguir.

-E tu já conduzes mota com essa idade?- só com o tom de voz e com a expressão que o meu pai estava a fazer ao olhar para o Kaito, já sabia o que vinha ali, por isso tinha que mandar o Kaito embora o mais depressa possível.

-Kaito, tu não tens umas coisas que fazer?

-Ai tenho?- "Burro" era a única palavra que tinha para lhe dizer naquele momento por ele não ter percebido que o queria fora dali.

-Sim, pois tens.- respondi empurrando-o até à mota- Ouve vai-te embora, depois amanhã falamos.- murmurei, enquanto ele já se sentava, e nesse momento vi-o aproximar um pouco a sua face à minha

-Amanhã não, hoje. Nem que seja mais logo.- murmurou também.

-Sim sim, ta bem.- e afastei logo a seguir a minha cara, não queria que o meu pai e a Juliet pensassem outro tipo de coisas. E depois ele pôs-se a caminho.

Entramos os três para casa em silêncio. Tirei os sapatos e peguei na mala para ir para o meu quarto.

-Akisawa.- chamou-me o meu pai mesmo antes de poder subir o primeiro degrau.

-Diz.- respondi voltando-me para ele.

-Quem era aquele rapaz?

-Como já te disse é um colega meu.

-Um colega que já conduz uma mota? Que se veste daquela maneira? E que um uma... Pala? É com este tipo de pessoas que te dás Akisawa?

-E então? Eu é que sei quem são os meus amigos. Desde quando é que te importas com isso?

-Desde sempre. Sou teu pai.

-Querido, por favor.- chamou a Juliet agarrando o meu pai pelo braço- Não te chateies assim com ela.

-Juliet, por favor, isto é entre mim e a minha filha.- e ela apenas lhe soltou o braço indo em direção à cozinha, mas antes foi até mim.

-Não te chateies com o teu pai. Ele hoje teve um dia complicado.- murmurou. Apenas a ignorei, não queria ouvir conselhos de alguém que não me é nada.

Não queria saber se ele tinha tido um mau dia ou não, ele não tinha nada que falar do que não sabia.

-Já não te disse para não te aproximares dos rufias da tua escola?

-E eu afasto-me. Até parece que me dou com algum deles.

-Olha este rapaz que te trouxe a casa. Aposto que não é propriamente o melhor aluno da escola.

-Mas tu nem o conheces. Como é que podes falar assim dele?

-Chega.- berrou- Vai imediatamente para o teu quarto. Não quero falar mais disto. E não te quero a andar com ele nunca mais.- não lhe respondi e limitei-me a subir as escadas, mas depois, parei e encarei-o.

-Se a mãe estivesse aqui, tenho a certeza que me iria ouvir e iria tentar conhecer o Kaito para além da sua aparência, coisa que tu não sabes.- subi o resto das escada até ao quarto, onde tranquei a porta.

O meu pai era INSUPORTÁVEL. Passava a vida a controlar a minha vida e a decidir as coisas por mim.

-Mas será que ele não percebe que eu não sou mais uma criança?- murmurei enquanto pegava no pijama e em roupa-interior para ir tomar um banho.

Parecia que tudo à minha volta estava a mudar, algumas para melhor, e outras... Estavam cada vez pior.

/////

Assim que sai do banho fui jantar. Passei-o sem dirigir a palavra ao meu pai, muito menos à Juliet, ela não tinha nada a ver com isto. Podia ser namorada do meu pai, mas nunca iria ser como uma mãe para mim.

Depois do jantar, subi para o meu quarto e fechei-me lá de novo. Peguei no meu telemóvel e vi que tinha uma mensagem do Kaito que dizia: “Então? Já podemos falar?” Eu pensava que ele se tinha esquecido do que aconteceu à porta da minha casa, mas afinal não. No momento em que lhe ia enviar uma mensagem, o meu telemóvel começou a receber a sua chamada e com um pequeno sorriso- que não conseguia tirar- atendi.

-Eu pensava que já te tinhas esquecido do que aconteceu?

-Achas? Foi a primeira vez que uma rapariga me despachou daquela maneira.

-Ui. Coitadinho.- e com a minha resposta, ouvi-o a rir.

-Mas agora voltando ao assunto inicial... O teu pai não gostou nada de mim, pois não?- sentei-me na cama para me sentir mais confortável.

-Bem... Aah... Não. Nem um pouco.

-Bem me parecia. Parece que um dia mais tarde não me irá aceitar como genro.- se ele estive ali à minha frente, espancava-o.

-Deixa-te de idiotes, sim?

-Desculpa, não pude evitar!- respondeu entre risos- Mas porque razão não gosta de mim? Nunca te fiz nada.

-Não é porque me fises-te algo, é porque... Olha por tudo! Por andares de mota, por te vestires assim, por usares uma pala, que até agora ainda não entendi para quê, por tudo isto e por... Basicamente por...

-Por ter aspeto de rufia?- perguntou-me completando a minha frase.

-Sim.- um silêncio horrível reinou entre nós.

-Então e tu?

-Eu o quê?

-O que achas de mim?

Não sabia o que lhe responder. A inicio não o suportava, não o podia ver à frente nem ouvir o seu nome, mas agora era diferente... Conseguia estar sempre com ele e suporta-lo apesar de tudo, aceitava o facto dele me trazer a casa de mota e me chamar por Aki e não Akisawa... Conseguia suportar tudo.

-Apenas te tenho a dizer, que as pequenas coisas que fises-te, mudaram muito minha opinião em relação a ti.- quase deu para ouvir o seu sorriso do outro lado do telemóvel.

-Fico feliz!- deitei-me na cama e sorri. Ultimamente ele era o único que me conseguia arrancar um sorriso- Mas o facto do teu pai não gostar de mim, vai mudar algo?

-Não Kaito. Claro que não. O meu pai também não me consultou quando decidiu juntar-se com a Juliet, eu também não preciso da opinião dele sobre os meus amigos.

-Juntar-se com a Juliet? Tu tratas a tua mãe pelo nome, ou ela não é tua mãe?

O silêncio voltou a reinar. Não lhe queria contar a verdade, mas... Senti-a uma necessidade de lhe contar a verdade. Senti-a algo que nunca tinha sentido antes.

-A Juliet... É minha madrasta.- ele limitou-se a ouvir e não me disse nada- Os meus pais separaram-se à quatro anos. Eles estavam sempre a discutir porque o meu pai trabalhava muito e nunca parava em casa e nós quase não parecíamos uma família. E o meu pai culpava a minha mãe quando eu tirava notas baixas na escola ou o meu comportamento não era o melhor. Culpavam-se um ao outro de tudo e mais alguma coisa. Até que se divorciaram. A minha mãe foi viver para Osaka, a sua cidade natal e o meu pai ficou aqui comigo, já que tens mais condições para cuidar de mim, devido ao facto de ser o sub-chefe de uma empresa. Sobre a Juliet... Ele conheceu-a à dois anos e estam juntos à um ano e meio.- do outro lado do telemóvel, apenas se ouvia o seu respirar mas nenhum som.

-Eu... Eu não sabia de nada disso.

-Como é que ias saber? Aliás... És o único que sabe. Bem... O único não, o Eijun também sabe.

-Pois... Logo esse.- o seu tom pareceu-me estranho. Disse-o de uma maneira como se tivesse alguma espécie de ódio ao Eijun. Como é que alguém podia odiar um rapaz como ele? Nem me limitei a perguntar o porquê de ter falado naquele tom, acho que não valia a pena- E tu já aceitas-te?

-O quê? O facto deles viverem juntos? Debaixo do mesmo teto que eu? Sabendo que não aprovo?- ele apenas me disse um breve “Hum hum”- Não. Não aceito de maneira nenhuma. Sei que parece egoísta, mas... Não gosto de ver o meu pai com outra mulher. Tudo bem que ele agora está feliz, mas eu queria que ele fosse feliz com...- a minha voz começou a ficar tremula- a minha mãe.- e uma lágrima correu-me pelo rosto a baixo.

-Não posso dizer que te compreendo mas... Mas...- acho que ele ainda estava a pensar no que me queria dizer, ou a maneira como me iria dizer o que queria.

-Mas?

-Mas podes sempre contar comigo para falar.- a a sua resposta, não pude deixar de sorrir. Por alguma razão, o que ele disse deixou um pouco melhor em relação a esta situação com o meu pai- Já agora, quando entras-te em casa? Discutiram?

Acabei por explicar-lhe a discussão que tive com o meu pai, que tinha sido em relação ao aspeto dele e as pessoas com que me dou, mas depois começamos a falar dele. Ele conto-me que vivia com os avós e os pais já que a casa dele era uma casa antiga e bastante grande. Não fiquei a saber grande coisa, nem mesmo lhe cheguei a perguntar sobre a razão de usar uma pala, mas acho que ele também não diria, porque das poucas perguntas que lhe fiz, ele exitou em todas, antes de me dar a resposta. E no final, ficamos a falar sobre temas à toa.

Quando olhei para o relógio para ver as horas, vi que era quase uma da manhã, e eu também queria dormir. Estava cansada, não que tivesse feito grande coisa durante o dia, mas o quando choro fico com sono.

-Kaito, falamos amanhã, ok? Estou cansada e quero dormir.

-Olha somos dois! Então até amanhã.

-Até amanhã.- quando ia afastar o telemóvel da cara para o desligar, ouvi-o chamar-me- Diz.

-Não penses mais no que aconteceu hoje com o teu pai. Talvez um dia ele... Veja as coisas com outros olhos e entenda o teu lado.

-Obrigado.- e ambos desligamos.

Coloquei o telemóvel em sima da mesa ao lado da cama e deitei-me, mas desta vez, não me deitei a pensar como iria falar com o meu pai amanhã... Deitei-me com um sorriso e com um único pensamento... “Será que se eu o tivesse conhecido mais cedo, da forma como conheço agora, as coisas seriam diferentes?”

2 comentários:

  1. Nossa!! D+++++!!! sua fic é perfeita, o pai da Aki é meio estressadinho! kkkk ^^

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    1. Obrigado!! ^///^7 sinto-me muito lisonjeada!
      XD e isto ainda não é nada. U.U mas ele tem as suas razões para isso! ;)
      Obrigado por ler!! E também pelo comentário!
      Kissus!!

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