Doía-me todo o corpo. Sentia-me quente e com a cabeça a andar à roda. Estava assim desde manhã, assim que acordei. Chamei por alguém fazendo os meus avós e pai aparecerem pelo meu quarto dentro vendo que eu estava cheio de febre e o meu olho, já não tinha qualquer réstia de vida.
A minha cabeça andava a roda com pensamentos do passado, por vezes também me passavam algumas alucinações devido aos 43 graus de febre. Mas não conseguia deixar de pensar sobretudo, na Aki. Estava com medo do que me fosse acontecer e de nunca mais poder vê-la, beija-la ou abraça.
Quando os meus pensamentos vagavam pelas minhas memórias sobre a Aki, ouvi barulho no pátio. Levantei-me do futon, abri o tatami, verifiquei se não estava ninguém a tentar impedir-me sair do quarto, felizmente, estava tudo vazio e eu podia sair. Assim que o fiz, enquanto me apoiava na parede, fui andando até ao pátio da casa. Ouvi uma voz feminina protestar com um dos empregados da casa e aproximei-me para ver quem era na esperança que fosse a Aki.
-Aki?- chamei, mas para minha desilusão, era a Sakura. Não que não gostasse da presença dela já que é minha amiga mas queria mesmo era ver a Aki.
Dei meia volta e comecei a voltar para dentro de casa, enquanto cambaleava devido à minha fraqueza.
-Kaito!- ouvi a voz da Naomi chamar-me e olhei-me para ela, vendo-a aproximar-se. Nesse momento, quando ia caindo, ela agarrou-me antes mesmo de chegar ao chão- O que estás aqui a fazer? Devias estar no quarto a descansar!
-A Aki...- gaguejei, ofegante, antes de a fitar- Preciso de ver a Aki.- soltei-me da Naomi e tentei virar-me para o portão- Vou dizer à Sakura para...- antes mesmo de me poder mexer, senti-me ser agarrado pelo tronco. Olhei para baixo vendo que os braços da Naomi me agarravam.
-Não te vou deixar ir a lado nenhum dessa maneira.- voltei-me para assim que soltou- Volta para dentro, por favor, Kaito. Não te quero ver sofrer mais.- os seus olhos pareciam lacrimejar.
-Eu volto.- respondi- Mas vai por favor dizer à Sakura para trazer aqui a Aki.
-Eu digo, prometo. Mas primeiro vou levar lá para dentro.
E assim foi. Com a ajuda da Naomi, voltei para o quarto onde me deitei novamente.
-Precisas de mais alguma coisa?
-Não. Obrigado por tudo, Naomi.
-Farei qualquer coisa por ti!- e sorri-lhe.
Antes de perceber, ela baixou-se até à minha face, beijando-me. Felizmente, segundos depois, levantou-se.
-Desculpa, Kaito! Eu...
-Naomi, por favor, sai e vai fazer aquilo que te pedi.- ela levantou-se, saindo em seguida.
Levei o braço à braço à boca, limpando-a. Não conseguia acreditar que a Naomi tinha feito uma coisa daquelas. Ela sabe bem que eu estou apaixonado pela Aki e que nunca lhe faria nada de mal para a magoar.
Olhei para o lado e vi o meu telemóvel. Agarrei nele vendo que tinha chamadas da Aki. Percebi que só a estava a preocupar e queria ligar-lhe, mas faltavam-me as forças, pois quando ia colocar a chamar, os meus olhos quiseram fechar.
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Estava a vagar num lugar escuro, sem qualquer rumo ou indicação para onde ir e estava completamente só. De repente, ouvi alguém chamar-me. Era uma voz distante e desconhecida, mas ao mesmo tempo, tão familiar. Uma voz que eu já não ouvi há imenso tempo mas sempre desejei voltar a ouvir.
Era a voz da minha...
-Mãe?- chamei.
-Kaito.- era ela! Era mesmo a voz dela.
-Mãe?! És tu?! Onde estás?- mas não obtive resposta- Mãe!- gritei.
-Kaito.- ouvi novamente.
De repente, uma luz branca iluminou todo o espaço e vi apenas os cabelos ruivos da minha mãe juntamente com um longo vestido branco. Ela estendia-me e apesar de não ver, conseguia perceber que ela me sorria.
-Vem, meu querido.- e comecei a correr.
Nesse mesmo instante, ouvi uma outra vez gritar por mim... A voz da Aki. E parei.
-Aki...- murmurei, retrocedendo uns quantos passos- Não. Não posso, mãe.- via baixar o braço e assentir.
-Eu percebo.- ela começou a desaparecer e a luz branca fez com toda a escuridão à minha volta, desaparecesse- Vai, Kaito. Mas não te esqueças, tudo isto pode ter um custo muito caro.
-O quê?- a luz começou a cegar-me, fazendo-me tapar os olhos- O que queres dizer?- gritei- Mãe!- e fiquei sem ver.
Acordei ofegante e com suores frios, sentando-me de repente com a cabeça a andar à roda.
-Kaito...- ouvi alguém murmurar o meu nome. Olhei para o lado, vendo a Aki.
Virei-me para ela e beijei-a, fazendo-a cair com a surpresa e eu cai com ela. Levantei e coloquei as mãos à volta da sua cabeça, fitando o seu rosto teu vermelho como o seu cabelo molhado.
-Por favor...- pedi- Por favor, não me deixes. Fica ao meu lado e não me abandones, aconteça o que acontecer. Promete-me, por favor.
-Eu... Eu prometo.- a voz estava tremula e ela parecia preocupada- Kaito, tu não estás bem.- nesse momento, vi um lágrima minha cair na sua face.
Baixei-me o suficiente para lhe poder falar ao ouvido.
-Eu amo-te, Aki. Nunca te esqueças disso.
-Kaito, tu estás a assustar-me. O que se passa?
-Eu tenho um segredo...- não aguentava mais. Algo ia acontecer e eu sabia por isso tinha que lhe contar já antes do meu tempo acabar por eu me sentia a desfalecer
-Um... Segredo?
-O meu olho... O vermelho ele é uma maldição.
-O quê?
-E tu...- começou tudo a ficar embaciado e mal a conseguia ver- Tu és...
Sem eu perceber ou controlar, os meus braços cederam e cai sobre a Aki. Ouvi chamar-me e eu estava a tentar responder, mas não conseguia, a minha voz não saía.
Aki... Não me deixes. Fica comigo. Não me esqueças porque eu... Eu... Acho que é o momento de dizer... Adeus.
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