Pov Akisawa
Flash Back
-Está decidido!- começou, de repente, o meu pai assim que engoliu o comer que tinha na boca.
-O que está decidido, querido?!- perguntou a minha mãe surpresa assim como eu e o meu irmão.
-Nós vamos ao festival de Ano Novo!
-O quê?!- gritei felicíssima, até dei um pulo da cadeira- A sério?!
-Aki…- resmungou a minha mãe e eu sentei-me percebendo o que queria dizer.
-Isso é a sério, pai?!
-Sim, Atsushi! Este ano vou tirar férias para festejar a passagem de ano com a minha família!
-Iei!- levantei-me da cadeira, dei a volta à mesa e abracei o meu pai- Obrigado papá!- e virei-me para o meu irmão sem largar o nosso pai- Maninho, vens comigo comprar um yukata?!
-Claro Aki!
-Ei! A mãe aqui sou eu, ok?!- e todos nos rimos.
Fim do Flash Back
Antigamente, era assim. O meu pai tirava folgas porque lhe apetecia para poder estar com a família nos momentos importantes, hoje em dia, apenas está com a família quando pode e nunca tira folgas, apenas quando o patrão lhe dá. Mas, esta noite, ao parecer o patrão deu-lhe folga devido ao Ano Novo e, ao parecer o meu pai quer ir ao festival de Ano Novo comigo e claro, com a Juliet.
-Akisawa, já foste comprar o teu yukata?
-Já pai. Comprei-o ontem.- respondi subindo as escadas- Vou agora vesti-lo para irmos.
-Está bem. Não demores.
-Sim…- respondi secamente abrindo a porta e entrando dentro dele.
Na verdade, o yukata que levava, era aqueles que comprar na altura em que o meu irmão estava vivo. Na altura em que o compramos, ele ficava enorme! Comprei-o mesmo assim para que quando crescesse me servisse! Se bem que me fica um pouco apertado se o fechar muito e também está um pouco curto, já que me dá a cima dos joelhos, mas felizmente, como não sou muito alta, não se nota que é um yukata velho, apesar de parecer de criança.
Enquanto terminava de colocar a filha flores rosa no meu cabelo, o meu telemóvel começou a tocar. Abri-o e vi que era a minha mãe. Estava na esperança que fosse o Kaito a ligar-me, já que não nos vemos desde o Natal porque ele foi para Okinawa passar as férias com o pai, que como é doente, não aguenta muito bem o frio de Tokyo.
-Olá mãe!- do outro lado da linha, ouvia-se como fundo, as vozes de várias pessoas. Ao parecer ela estava na rua.
-Olá querida! Como estás?!
-Muito bem e tu?!
-Também! Olha, estou a ligar-te para te perguntar se este ano vais ao festival, ou o avarento do teu pai não te deixa?!
-Bem, na verdade, o chefe dele deu-lhe folga e, por muito estranho que pareça, ele disse que vamos ao festival!- apenas se ouvia as vozes das pessoas na rua- Mãe?
-Desculpa! Fiquei em choque.- devia ter adivinhado. Isto não é normal para alguém que conhece bem o meu pai- Mas ainda bem!
-E porque queres saber?
-Bom… É que este ano também vou!
-A sério?!
-Sim! E tenho uma surpresa! Aliás! Duas surpresas!
-O que são?!
-Se contasse, deixava de ser surpresa!- respondeu-me entre risos.
-Oh mãe!
-Nem, oh mãe, nem pai! Vês logo! Também é já daqui a uma hora que vais para lá, não é?!
-Como sabes?
-Eu conheço o teu pai! Estive casada com ele vinte anos, lembras-te?! E sei bem que ele prefere ir tarde para esse tipo de coisas, para voltar cedo!
-Estou a ver…- realmente eu não fazia ideia disso.
-Enfim! Já estou em Tokyo e já estou a ir para o festival! E como já são dez e quarenta e cinco, presumo que às onze já cá estão, certo?!
-Sim.
-Ainda bem! Então, até já!
-Mãe, espera!- antes que ela terminasse a chamada, tinha mesmo de lhe perguntar isto- Não te importas, que o pai vá com a Juliet?
-Querida, se nunca me importou até agora, nem mesmo no dia em que ele se decidiu casar com ela, porque me importaria agora?
-Tens razão… Desculpa. Foi uma pergunta parva. Mas eu apenas… Lembrei-me da última vez que fomos todos juntos ao festival de Ano Novo, quando eramos uma família e, quando o Atsushi estava connosco.
-Tens muitas saudades do teu irmão, não tens?- a sua voz tornou-se mais doce e calma.
-Muitas… Nem imaginas como.
-Então já somos duas! Até logo filha!
-Até logo mãe.- e desligamos.
Ia ser bom ter a minha mãe a festejar o ano novo comigo! Talvez vá ser divertido, pelo menos para mim, porque se fosse pelo meu pai, ela nem vinha connosco ao festival. Por isso a única que fiz foi sair do quarto já arranjada sem falar com o meu pai sobre o facto de se ir encontrar com a ex-esposa que já não vê dois anos depois da morte do filho mais velho.
-Tu estás linda, filha!- mencionou o meu pai vendo-me descer as escadas- Nem acredito que esse yukata ainda te serve!
-É. Mas fica-me um pouco curto e apertado.
-Não faz mal, nem se nota!- argumentou a Juliet que também já estava vestida com o seu yukata azul-ciano e com o cabelo preso num coque no alto da cabeça.
-E então? Vamos?- perguntei.
-Sim. O meu pai pegou nas chaves do carro fomos até à porta, onde todos nos calçamos para sair.
O festival continuava lindo como sempre! Havia montes de luzes por todo o lado e pequenas barraquinhas a vender comida e máscaras típicas de Ano Novo, enquanto algumas eram para jogos para crianças e adultos! Estava entusiasmada com o festival, mas quem estava ainda mais do que eu, era a Juliet que, parecia uma criança autêntica puxando o meu pai para todo o lado. Já eu, a cada cinco minutos olhava para o meu telemóvel para verificar se havia alguma chamada da minha mãe ou milagrosamente… Do Kaito. Estava com saudades dele e queria muito vê-lo e falar com ele. Fiquei feliz por termos passado a véspera de Natal juntos, mas será pedir de mais para passarmos a nossa primeira Passagem de Ano como um casal que somos agora? É… Talvez esteja a ser egoísta! Ele está com a família e está feliz! Com certeza, haverão mais oportunidades de passarmos várias Passagens de Ano juntos e só nós os dois!
-Aki!- ouvi uma voz familiar chamar-me. Pensei que fosse o Kaito, já que ele nunca me chamou de Akisawa, a não ser nos tempos em que nos dávamos mal, mas na realidade, era a minha mãe e fiquei igualmente contente por vê-la.
-Olá mãe!- gritei acenando-lhe enquanto se aproximava, juntamente com homem alto e esbelto, de cabelos negros e olhos castanhos.
-O que está a tua mãe aqui a fazer?- perguntou-me o meu pai olhando fixamente para ela.
-Ela telefonou-me a dizer que vinha também.- respondi como se fosse a coisa mais natural do mundo.
-E não me avisas-te porquê, Akisawa?
-Esqueci-me.- se lhe contasse que não o fiz porque não me apeteceu, iria estragar-me a noite toda e muito sinceramente, dispenso.
-Boa noite a todos!- cumprimentou-nos a minha mãe.
-Boa noite.- cumprimentou o meu pai secamente- Porque não avisas-te que vinhas?
-Eu avisei a Aki e pensei que ela te tinha avisado.
-Eu esqueci-me já disse!- respondi rapidamente antes que começassem a discutir novamente- E quem é o teu amigo, mãe?
-Ah sim! Este é o Ryosuke Namura, um amigo de trabalho.
-Amigo?- eu suspeitava que havia algo por trás daquele “amigo”.
-Bem… Na verdade. Uma das surpresas que eu disse que tinha é que…- ele olhou para o amigo, corou, sorriu-lhe e agarrou o seu braço- Para o ano eu e o Ryosuke vamos casar!
-O quê?- perguntei e, para minha surpresa o meu pai fez a mesma pergunta.
-É verdade! Estamos a namorar a um ano e agora decidimos casar.- um ano depois de namorar? Talvez tenha sido por isto que o casamento dos meus pais acabou. Só namoraram um ano, depois casaram e vinte anos depois, separaram-se.
-Uau… Parabéns mãe.- estava feliz por ela, mas por outro lado… Nem por isso. Muito sinceramente, sempre tive esperança que os meus pais se reconciliassem e a minha família voltasse a ser como antes, mesmo que o meu irmão já não fizesse parte dela.
-Muitos parabéns aos dois.- felicitou o meu pai tentando estar feliz. Será que ele estava realmente perturbado com a notícia? Já a Juliet, não dizia absolutamente nada.
-Obrigado!- agradeceu o casal.
-É verdade!- comentou a minha mãe- A outra surpresa!- vi a minha mãe abrir a pequena mala preta e de lá, retirar um medalhão prateado, que me foi logo familiar.
-O medalhão do Atsushi!- o irmão usava sempre a medalhão para onde quer que fosse. Nunca o tirava e não deixava ninguém mexer e, ainda hoje me recordo do que ele dizia sempre lhe pedia para usar:
“-Nem penses nisso, Aki! Isso é o meu maior tesouro e não vou deixar ninguém mexer! Nem mesmo tu, tonta!”
-É teu.- o medalhão foi-me estendido e recebi-o entre as mãos. Fechei-as e apertei o colar contra o peito e sorri, enquanto as lágrimas me escorriam pela face.
-Eu pensava que ele se tinha perdido no acidente.
-A polícia encontrou-o junto do teu irmão mas, como tu ficas-te muito perturbada com a morte dele, achei melhor não to dar. Mas pensei que este fosse o momento ideal para isso. Desculpa por só o ter entregue agora.
-Não faz mal.- estava feliz por saber que o maior tesouro do meu irmão estava seguro e agora ia ficar comigo para sempre e era a minha vez de o proteger como um tesouro.
Mas, sempre houve algo que me fez muita curiosidade… Saber o que está dentro daquele medalhão. Então, abri-o e de lá, saiu uma bela melodia, como se fosse uma pequena caixa de música e, num dos lados, estava uma pequena fotografia onde ele aparecia comigo ao colo, e ele estava com um enorme sorriso, na altura em que eu devia ter por volta de um ano e meio.
Sentia as lágrimas caírem ainda mais pela minha face. Afinal o maior tesouro do meu irmão, tinha sido sempre eu! Agora entendia que ele queria preservar a memória de quando eu era pequena para que quando eu fosse mais velha, recordar os dias em que eu era apenas um bebé e ele me protegia como um irmão mais velho deve fazer e fê-lo sempre até ao fim. E que foi sempre o que ele fez!
Nesse mesmo momento, os fogos-de-artifício rebentaram anunciando um novo ano e todos nos pusemos a olhar para aquele belo espetáculo de luzes e, enquanto contemplava aquele espetáculo, ouvi o meu telemóvel tocar apesar das vozes das pessoas admiradas com o fogo. Abri o telemóvel e era uma mensagem do Kaito.
“Feliz Ano Novo Aki! Desculpa não poder estar aí contigo, ou tu aqui comigo porque o fogo-de-artifício daqui é brutal! Não estás bem a ver! Ok… Esquece lá isto. :P Espero que esteja tudo bem contigo e que te estejas a divertir! Tenho pensado muito em ti e de como gostava de estar contigo neste momento. Espero que nunca te esqueças de uma coisa, que te amo! Beijos.”
Não pude evitar sorrir e reler a mensagem, uma e outra vez até ficar feliz, enquanto ouvia a música do medalhão do meu irmão. Posso já não ter o Atsushi por perto mas, tenho a minha família e sobretudo, tenho o Kaito que todos os dias me faz lembrar que o tenho ao meu lado… Que tenho alguém me ama. E por isso tenho a certeza de uma coisa! Que este ano vai ser tudo completamente diferente! É como diz o ditado Ano Novo, Vida Nova!
Olá, Anju-chan! Você já conhece o Senbonzakura? Se não, agora é uma ótima oportunidade de conhecê-lo! ^^ O Senbon é um projeto inspirado no já extinto Condomínio das Otakus, onde existiam prédios com o tema de diferentes animes. No Senbon, os prédios foram substituídos por andares, mas a função deles é a mesma: realizar vários jogos e desafios para que seus moradores se divirtam e possam ganhar prêmios como avatars, buttons e muito mais dos seus animes preferidos! Recentemente o Senbonzakura passou por uma grande reforma, tornando-se mais versátil e acolhedor! Nosso andar mais recente é o que eu administro, o de Naruto/Naruto Shippuuden ^^ Temos vagas abertas em todos os andares no momento, por isso venha se divertir conosco!~
ResponderEliminarMitsuboru [ Equipe Senbonzakura ]