5 de maio de 2014
Capitulo 15- Não te entendo ..... - Fanfiction - "Arte da Máfia"- Malina Evans
Já era de novo segunda-feira. Domingo, o último dia que restava para passar o dia na escola, foi passado normalmente, apesar de manhã eu ter ido para casa, já que não me estava a sentir bem.
Ainda não conseguia tirar da cabeça o que o Kaito fez. Fazer uma coisa daquelas… Não que me tivesse importado mas… Tinha feito o meu coração acelerar de uma maneira que nunca me tinha acontecido. E também, a história que ele contou! Tinha a sensação de já a ter ouvido em algum lado, mas não me lembro onde, por mais voltas que dê à memória.
–Aki estás a ouvir?!- a voz da Sakura fez-me voltar ao “mundo real”.
–Desculpa! Estava distraída! Disseste alguma coisa?!- como sempre, estava a almoçar com a Sakura e o Eijun, apesar de ser na minha sala e não no telhado.
–Sim, eu percebi! Não fui eu que perguntei, foi o Eijun!- e aí olhei para o nomeado.
–Perguntei se sabes porque razão é que o Kaito está a faltar!- perguntou com um sorriso.
–Não…- aí, o meu olhar voltou-se para trás onde é a mesa dele, que naquele momento estava vazia- Não falo com ele desde de domingo. Mandei-lhe uma mensagem à bocado, mas ele ainda não me respondeu.
–Será que aconteceu algo?- questionou a Sakura.
–Não sei… Sinceramente… Não sei.
Estava preocupada. Será que tinha acontecido alguma coisa? Depois de sábado, nós não tínhamos conversado mais como deve ser, o ambiente entre nós ficou um pouco estranho. Talvez seja por isso que ele não responde às mensagens.
Depois do almoço, os dois foram para a sala e eu fiquei na minha, olhando outra vez para a janela e para o meu telemóvel que continuava sem receber uma única mensagem dele. Não tinha alternativa! Teria de ir vê-lo pessoal.
***
Assim que a escola terminou, saí logo em direção à casa do Kaito. Demorei uns vinte minutos a lá chegar, apesar da última vez ter demorado menos e de termos vindo mais longe e de mota.
Quando cheguei, comecei a gritar para me abrirem o portão, identifiquei-me aos empregados e deixaram-me passar. Também houve uma senhora mais velha que levou pela casa dentro, até que um fusuma se abriu e de lá saiu o Kaito.
–Aki! Que fazes aqui?!- perguntou-me com um tom de extrema surpresa e eu apenas lhe sorri e acenei. Via-se que ele tinha passado o dia em casa. Estava com um pijama cinzento, camisa mal abotoada e cabelo despenteado, aliás parecia que tinha andado à guerra com um gato- Pode ir, muito obrigado!- respondeu à empregada que se curvou e saiu- Agora de novo…- murmurou fechando o fusuma- Que fazes aqui?
–Queria saber o porquê de hoje não teres ido à escola. Não me respondeste às mensagens e pensei que estivesses mal ou assim.
–Oh! Estás com saudades minhas, era?!- perguntou num tom provocador aproximando a sua face da minha e eu logo me afastei.
–Nada disso! Estava apenas preocupada! Pensei que tivesse acontecido algo!- depois de ter sido alvejada à porta de casa, tinha medo que algo acontecesse também aos meus amigos. Não tenho quaisquer problemas em andar sozinha na rua, apesar de ter um pouco de medo, mas o que me preocupa mesmo, são os meus amigos.
–Mas não te preocupes.- e endireitou-se- Está tudo bem.
–Então porque faltas-te?
–Porque…
–Kaito!- ouvi uma voz rouca e familiar chamar pelo seu nome, interrompendo a frase do Kaito- Estás a falar com quem?- apenas vi o ruivo suspirar.
–É a Aki, pai.- respondeu abrindo o fusuma. Dentro daquele grande espaço, estava o pai do Kaito deitado num futon branco, com um pano molhado sobre a testa e junto dele, estavam várias caixas de comprimidos espalhados pelo chão.
–Oh! Olá Akisawa!- cumprimento-me enquanto tentava sorrir, mas via estava fraco- Como tens andado? O Kaito disse-me que lestas um tiro. Mas ainda bem que não te aconteceu nada de grave! Vieste fazer-nos uma visita, foi?! É muito simpático da tua parte!
–Olá! Estou muito bem, obrigado! E sim é verdade, fui alvejada, mas felizmente já estou bem! Eu vim aqui ver do Kaito já que ele não apareceu nas aulas!- tentava ser gentil e responder às perguntas dele, mas via bem que estava muito debilitado, devia estar com imensa febre pois estava muito vermelho.
–Pai, já chega, tens de descansar.- mencionou o Kaito aproximando do pai e tapando-o- Agora dorme, ok? Eu e a Aki vamos falar para outro lado para não te acordarmos.
–Está bem! Obrigado filho!- então olhou para mim- E obrigado pela visita Akisawa!- apenas me limitei a sorrir enquanto o vi fechar os olhos para dormir. De seguida, o Kaito saiu do quarto, fechou o fusuma e começamos a andar em direção ao quarto dele.
–Já percebeste a razão de não ter ido à escola?- perguntou-me enquanto me abria passagem para o seu quarto e depois fechou o fusuma.
–Podias ao menos ter respondido às mensagens, não?- vi-o ir para junto da sua secretária e começar a mexer no telemóvel enquanto eu pousava a mala junto ao fusuma.
–Desculpa!- e virou-se para mim, abanando o telemóvel com um grande sorriso no rosto- Estava no silêncio!
–É… Eu percebi!- e fez-se silêncio. Realmente não sabia mais o que dizer naquele momento, tinha vindo ver como é que ele estava, mas agora que sabia que estava bem, não sabia o que dizer.
–É pena só teres vindo tu!- comentou, acabando com o silêncio.
–Uau… Muito obrigado. Também aprecio muito a tua companhia.
–Desculpa! Não foi isso que quis dizer! É que pensei que também vinham mais pessoas, como a Sakura ou os rapazes do meu gangue! Mas claro, também é muito bom que aqui estejas!- limitei-me a revirar os olhos e a esboçar um sorriso de canto.
–Como queiras.
–Mas estou feliz!- nesse momento, ele começou a aproximar-se de mim.
–Porquê?- e eu mantive-me imóvel enquanto o via aproximar-se cada vez mais.
–Porque tu ficaste preocupada comigo e vieste até cá para me ver!- o sorriso que aparecia na sua face era de certa forma tão atrativo que não conseguia deixar de olhar para os seus lábios.
–Eu apenas… Queria saber se… Estavas bem.- nem falar como deve ser conseguia com ele tão perto de mim. Vi-o pegar numa mecha do meu cabelo e enrola-la no dedo.
–O teu cabelo cresceu um pouco.- mencionou.
–É… Acho que sim.- e largou a mecha, colocando as mãos nos meus ombros.
E então aproximou-se ainda mais de mim. Fechei os meus olhos e comecei a sentir borboletas na barriga. Será que ia mesmo acontecer? Será que ele me ia mesmo beijar desta vez? E qual é a razão de estar ansiosa? É porque talvez eu… Gosto dele.
Senti a sua respiração e algo quente a encostar nos meus lábios, mas de repente, fui brutalmente empurrada para trás, fazendo-me abrir abrutadamente os olhos.
–Sai.- murmurou o Kaito enquanto se afastava até à secretária.
–Porquê?- não entendia. Porque tinha feito aquilo?
–Não importa, Aki. Agora sai por favor.
–Mas Kaito…
–Sai!- gritou voltando-se para mim e eu apenas me encolhi. O seu olhar mostrava raiva, dor e outros sentimos que não conseguia identificar.
–Não te entendo… Eu realmente não te entendo Uhebara Kaito!- gritei de volta. Então peguei na minha mala, abri o fusuma e saí a correr.
Apetecia-me bater-lhe, esmurra-lo, acabar com ele e com tudo isto de uma vez por todas, mas não conseguia. A minha raiva era enorme mas não lhe conseguia fazer nada. Talvez porque… Me estava realmente a apaixonar por aquele idiota.
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