17 de março de 2014

Capitulo 10 - Incapaz de ficar longe de ti - Fanfiction - A arte da máfia - Malina Evans


Pov Akisawa

“Odeio-te”, era a única palavra que me passava pela cabeça. Que ele não me achava o modelo perfeito de rapariga eu sabia, mas escusava de ter sido tão idiota. Pensava que eramos amigos, e afinal, a única que pensava assim era eu.


Assim que abri o fusuma, uma rapariga de cabelos loiros e longos, presos por uma longa trança que chegava às pernas e de olhos rosa. Tinha o corpo bem desenvolvido e era mais alta que eu, parecia uma adulta apesar de parecer ter a minha idade. Vinha acompanhada por uma mulher que segurava o seu próprio guarda-chuva e o da rapariga loira. Ela fitou-me de alto a baixo e olhou-me de maneira estranha.

-És uma das empregas?- perguntou com um sorrisinho idiota.

-Não, não sou. Mas posso bem lavar o chão com a tua cara.- e fitei-a, deixando-a boquiaberta. Não tinha que aturar miúdas como ela, muito menos quando não estava com paciência para isso.

Saí a correr pelos portões que ainda estavam a ser abertos, não me preocupando com a chuva, apenas queria chegar a casa e esquecer que tinha tido aquela conversa com o Kaito. Não que eu lhe perdoa-se pelo que tinha dito, mas não me queria lembrar, porque de algo forma, lembrar-me disso… Magoava-me.

Assim que cheguei a casa estava encharcada da cabeça aos pés, até senti-a a minha roupa interior encharcada de tanta chuva. Vi o meu reflexo na janela que há na porta… Estava miserável. O meu cabelo estava todo molhado e parecia que sido acabado de esticar, pois estava incrivelmente liso, a minha roupa estava empapada com a chuva e a minha cara também não era a melhor, parecia que tinha estado a chorar, o que não era completamente mentira. Era tão estúpido estar a chorar por um rapaz… O que me estava a acontecer?

Afastei esses pensamentos e procurei pela minha pequena mala onde tinha as chaves de casa, mas nesse momento percebi que a mala comigo, tinha-a deixado na mota do Kaito.

-Lindo… Para além de me ter esquecido da mala, ainda tenho que lhe ir pedir que me devolva.- murmurei aborrecida com o meu azar. A parte boa, é que não ficaria na rua, pois sabia bem que a Juliet estava em casa naquele momento. Toquei à campainha umas quantas vezes e bati na porta, até que ouvi a voz rouca da Juliet do outro lado da porta perguntar quem era- Sou eu, a Akisawa.- e nesse momento ela abriu a porta.

-Não tens as chaves?- perguntou com voz de nariz entupido.

-Esqueci-me das chaves em casa quando saí.

-Oh… Mas tu estas encharcada!

-Começou a chover de repente.

-Então entra depressa Akisawa.- entrei dentro de casa, ela fechou a porta enquanto eu tirava os sapatos- Ainda bem que o teu pai não está em casa, porque se não já ia começar a ralhar contigo.

-Sim, eu sei.- e levantei-me para ir em direção às escadas.

-Estás bem?

-Estou.

-Não me parece…

-Estou apenas… Cansada. Só isso.- subi as escadas, e depois, entrei no meu quarto.

Peguei no meu pijama que estava por cima da minha cama e, dirigi-me à casa de banho. Lá, retirei rapidamente a roupa molhada antes que ficasse constipada e enfiei-me logo de baixo do chuveiro quente. Mas por alguma razão… Continuava a sentir frio. Senti-me sem forças, senti-a tonta e até mesmo enjoada, provavelmente já estava a ficar doente depois da molha que tinha apanhado.

Assim que o meu banho terminou, vesti o pijama e saí. Como sempre a casa estava silenciosa apesar de estarmos eu e a Juliet.

Então quando descia as escadas para ia à cozinha, a campainha soou.

-Quem é?- perguntei já junto à porta.

-É o Kaito.- respondeu. O Kaito? Mas o que estaria ele a fazer ali? Não podia acreditar. Depois do que me disse ainda tinha o descaramento de vir até minha casa? Apenas me aproximei da porta e encostei o ombro a ela.

-O que queres?

-Devolver-te a mala.

-Podes deixar a mala a porta, eu depois trago-a para dentro.

-Também preciso de falar contigo?

-Mas eu não quero falar contigo.

-Mas eu quero falar contigo.

-Mas eu não… Ouve não vou estar a discutir contigo. Tenho mais que fazer.- e afastei-me da porta.

-Está bem.- ouvi-o falar por trás da porta apesar de o ouvir mal. E nesse momento, a porta começou a abrir.

-Como é que tu…?

-Tens as chaves na mala.- entrou, e posou tudo o que me pertencia, em cima de uma mesa à entrada de casa. O Kaito estava estranho. Tinha um olhar distante, a sua pala estava a cair, e estava imensamente corado, como se tivesse febre.

-Ninguém te deu permissão para entrares.

-Mas entrei na mesma. Já te disse que quero falar contigo.

-Queres falar comigo para quê?- eu sabia bem, mas precisava de ouvir da sua boca.

-Sobre o que te disse à pouco.- ele deu um passo até mim e eu recuei um, acho que ele percebeu que eu iria continuar a recuar, por isso manteve-se no mesmo lugar- Aki, tu interpretas-te mal o que eu quis dizer.

-Sim, claro… Tu dizes as coisas e depois os outros é que interpretam mal.- ri ironicamente- Claro Kaito.

-Deixa-me falar por favor.- ele avançou vários passos e eu recuei mais, até que acabei por embater na parede das escadas e ele parou a uns centímetros de mim e sorriu- Eu não quis dizer que nunca seria capaz de namorar contigo! Eu apenas disse aquilo porque… Sei lá. Não acho que faço o teu tipo de rapaz percebes? Estava apenas a pensar em ti. E podias achar estranho essa conversa dele!- e finalmente deu um grande sorriso, o que já era habitual dele- Aki, tu és a rapariga mais divertida com quem algo vez fiz amizade! E além do mais és linda!- e nesse momento, começou a rir-se- Apesar de seres um pouco violenta…- e ai parou, e olhou-me nos olhos- És uma pessoa gentil! E é por isso que te adoro Aki!

As suas palavras, faziam o meu coração saltar. Não sabia se era de vergonha ou se era porque era o Kaito quem me dizia aquelas palavras.

-Apenas te quero pedir uma coisa Aki.- e nesse momento o seu sorriso desvaneceu-se e aproximou-se de mim. Pegou numa mecha do meu cabelo ainda molhado e depois olhou-me nos olhos- Fica ao meu lado.

-O quê?- perguntei entre dentes.

Ele a baixou-se ao meu nível e encostou a sua cabeça ao meu peito e abraçou-me. Senti a face mais a arder, devia de estar tão vermelha como a do Kaito.

-Promete que nunca me deixas. Aconteça o que acontecer. Por favor.- pediu-me num murmúrio.

-Eu… Eu prometo.- e abracei-o também. Então, ele encostou-se ainda mais a mim, deixando-me completamente presa entre ele e a parede, encostou o seu ouvido no meu peito e sorriu- Do que ris?

-O teu coração…- murmurou entre risos, depois levantou a cabeça, pôs-se direito e olhou para mim- Está a bater muito depressa!- respondeu-me entre risos.

-Isso… Isso é porque estás a fazer coisas estranhas, idiota.- ele apenas se limitou a rir.

Lentamente, sem que o Kaito te apercebe-se, a sua pala, caiu. Ele abriu o olho involuntariamente e mostrou um olho tão vermelho como sangue, completamente diferente do seu outro olho que era um azul-céu. Esse seu olho para além de vermelho, parecia adormecido. Não… Parecia que não tinha vida e que era simplesmente… Vermelho.

Rapidamente, o Kaito apanhou a pala do chão, tapou o olho e saiu a correr da minha casa.

-Kaito… Espera.- e corri atrás dele, mas ele já tinha passado o muro da casa e desaparecido do meu angulo de visão e eu limitei-me a ficar a porta de casa.

Mas o que era aquilo? Porque razão o olho esquerdo do Kaito era assim tão diferente do direito? Não havia mal nenhum em ele ter heterocromia, mas… Eu tinha a certeza que aquilo não era heterocromia. Se fosse, havia algo muito errado.

Quando me voltei para ir para casa, ouvi um carro passar pela minha porta, pensei que fosse o meu pai e voltei-me, mas… De repente ouvi um estranho som e senti frio. Olhei para a minha barriga e vi o tecido da minha camisola encharcar-se com um tom avermelhado e depois… Tudo ficou escuro.



Naomi (Rapariga que apareceu á Aki)


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