14 de fevereiro de 2014

Capitulo 5 -A nova Vida- Fanfiction- “The Blood Bound - Karura


- Essa casa nunca vai aprender como é acordar com paz?! – Ciel se mexe na cama depois de ouvir alguns barulhos vindos do andar de baixo.

“Droga, hoje tem aula... Que dia que é hoje?”. Perguntei-me olhando no calendário que estava em cima da minha escrivaninha. “Ah, não. Quinta-feira. Só tem aula chata hoje... Francês com certeza não vai me deixar faltar.”


Abri meu guarda-roupa e procurei meu uniforme. “Onde eu deixei?! Ah... Empurraram-me numa poça de lama ontem... Por isso que não estou achando... Vou ter que ir sem uniforme e levar uma grande bronca do diretor... Vai assim mesmo.” Peguei uma roupa qualquer e me vesti.

Quando cheguei à cozinha me deparei com Elizabeth brigando com seu irmão, Edward. Pelo que entendi, Lizzy queria sair à tarde com as amigas e ele não deixou. Ignorei a briga e peguei uma xícara com chá e uma torrada. Comi em silencio, ninguém nunca notava minha presença no café da manhã assim.

Subi para terminar de me arrumar. Quando terminei de escovar os dentes, percebo que a lente de contato que estava usando tinha caído. Isso acontecia quase todos os dias.

Usava a lente por causa de um problema que tive quando criança. Estava brincando quando de repente comecei a gritar. Meus tios foram me socorrer. Não tinha mancha de sangue nem nada. Os médicos falaram que por causa de uma danificação na íris a retinha também tinha sido afetada. Desse modo, estou preso às malditas lentes de contato que vivem caindo. O que os médicos achavam mais curioso era que só tinha ocorrido no meu olho esquerdo.

Dessa vez não consegui acha-la. Lizzy apareceu no meu quarto gritando pra acorda até me ver ajoelhado no chão.

- Ciel! Está tudo bem? – Ela se aproximou para checar.

- Lizzy. Minha lente. Não encontro. – Falei ainda olhando para o chão e passando a mão próxima a pia.

- Ah, Ciel. E você não tem reserva? Mamãe está nervosa porque ela vai se atrasar no trabalho e a gente no colégio. – Ela parecia mais estar usando o tom de desculpa. Simplesmente ignorei e continuei procurando.

Lizzy tentou me convencer de que eu poderia ir para o colégio daquele jeito. E que não havia nada de errado em ser assim. Encarei-a intrigado. Ela não tinha ideia de como era ser eu. Ela ia para seu colégio de garotas e acha que tudo era maravilhoso. Ela e seu mundo perfeito. Porém, um dia quando abrir seus olhos perceberá que nem tudo é as mil maravilhas.

Elizabeth deve ter percebido que nada iria adiantar. Então ela começou a me ajudar a procurar as lentes. Edward deve ter passado pela porta para me chamar. Pois de uma hora para a outra estava brigando com Elizabeth. Com os dois discutindo foi difícil ignorar. De repente eu entrava na briga.

- Vocês dois podem, pelo amor de Deus, calar a boca?! Mas que droga. Meu olho está ardendo. Agora podem me ajudar a encontrar as lentes de contato? – Assim que comecei a gritar os dois ficaram quietos e me encararam surpresos.

Logo em seguida meu primo mandou sua irmã avisar sua mãe que eles iam demorar um pouco mais, pois eu tinha perdido a lente. Enquanto procurávamos o silencio pairava entre nós, mas Edward foi se mexer para procurar em outro lugar quando um “crack” alto o suficiente para nos dois nos encararmos com certa surpresa. Até que Edward falou.

- Ãhn... Desculpe?! – Ele levantou o pé e olhou para um pequeno semicírculo brilhante no chão e voltou os olhos para mim com sinceras desculpas.

- Ninguém iria saber que a lente estaria ai. Não se culpe. Vou ver se tem reserva. – Me levantei e caminhei para mais perto da pia. Olhei por todo o canto dos armários, até lembrar que aquela era a ultima que havia sobrado. – Ah, droga. Vou ter que ir naquele oftalmologista louco de novo.

- Vou avisar a mãe. Desça rápido já perdemos tempo de mais.

- Mas e meu olho?! Vou ter que deixar assim? Um branco e outro azul?

- É o jeito, Ciel. Vamos logo, ou se não ela vai nos arrancar a cabeça fora. E eu acredito muito de minha mãe seja capaz disso. – Assim o jovem saiu andando rápido.

Ciel se olhou mais uma vez no espelho para examinar seu olho. O esquerdo era totalmente branco e havia apenas o negro da pupila. Já no direito era totalmente normal. Frustrado com a aparência. Sai do banheiro e fui em direção à garagem onde se encontrava um carro com três pessoas dentro.

No banco do motorista estava tia Frances com uma expressão má, ao lado Edward mexendo no rádio e no banco de trás Elizabeth. Entrei no carro e minha tia me encarou.

- Vai assim para o colégio? – Perguntou olhando para o meu olho esquerdo.

- O que posso fazer? Ele pisou na minha ultima lente. – Resmunguei apontando com a cabeça para Edward. Frances olhou para seu filho e esse olhou para fora pela janela.

- Certo. Vou deixar Lizzy e Edward em seus colégios. Depois te levo no seu oftalmologista. – Organizou nossas paradas e ligou o carro.

A maior parte do percurso, todos ficaram em silencio. Quando só sobrou tia Frances e eu, ela mudou totalmente o rumo. Estávamos indo para o centro de Londres. O lugar mais lotado da Inglaterra. Paramos em frente a um clinica totalmente negra por fora, mas totalmente clara e branca por dentro. Toda vez que venho aqui me lembro do Kinder Ovo.

Quando estava quase na hora do médico me consultar, veio uma mulher com colírio nas mãos, me dando um sorriso meigo e falando que não iria arder nada. Irei me lembrar de nunca mais confiar nessa mulher.

Depois da consulta meu olho esquerdo estava ardendo de mais. Parecia que tinham jogado brasa quente em cima. Minha tia ainda teimou em querer ir para o supermercado antes de irmos embora. O bom daquele oftalmologista era que ele já me entrava às lentes na mesma hora.

Assim que, Frances estava quase acabando de comprar, meu olho voltou a arder. Avisei a mulher que iria ao banheiro e essa me mandou espera-la no carro assim que terminasse.

Fui ao banheiro e tirei minha lente. Ela deveria estar ao contrario, ou se não, não iria incomodar. Enquanto eu arrumava a lente algo se moveu atrás de mim que me deu um susto.

- Está tudo bem? Seu olho esquerdo... – O garoto, que deveria ter entre 15 a 17 anos me encarava. Com seus cabelos loiros bagunçados e olhos azuis, deveria ser um empregado do supermercado.

- É, estou bem. Não ligue. É um problema meu. – Falei voltando toda a minha atenção ao que estava fazendo. Porém, o garoto não parava de falar nem de se mexer em minha volta. Assim que terminei fui saindo.

- É errado sair sem se despedir. Pessoas queridas são perdidas dessa forma. – O garoto olhava-me com certa curiosidade. Mas algo naquelas palavras me lembrou de alguma coisa. Mas realmente não conseguia lembrar.

- Como assim? – Perguntei confuso.

- Oh! Nada não... Até mais, tenho que voltar ao trabalho. Tchau! – Assim o garoto passou por mim e saiu do banheiro.

Fiquei pensando naquelas palavras por um bom tempo. “Perder pessoas queridas... Mas quem? Sempre me despeço de todo mundo que conheço... Merda isso está me deixando louco!”. Assim que me dei conta estava sentado no chão do estacionamento esperando minha tia. “Oras, no que aquela mulher se empacou? Odeio esperar.”.

Coloquei meus fones de ouvido e liguei em uma musica qualquer. Meu olho havia parado de arder. E eu estava cansado de mais. Pessoas me cansam. Quando me dei conta estava dormindo.

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