10 de novembro de 2013

Participante nº3- Raven Chan



 Por Detrás das Sombras #5- Final



Acordei com uma forte dor no ombro, parecia que alguém ao algo estava a fazer pressão na ferida. Olhei para o lado, mas ele já não lá estava, nem nenhum papel como costumava acontecer na Terra.

A dor estava a tornar-se insuportável, não sabia o que fazer. Só me apetecia gritar mas tinha medo de atrair outros seres daquele sítio. Arrastei-me até à porta desta vez e abri-a com cuidado, só conseguia ver um corredor sem outras portas nem janelas. A única luz que iluminava o corredor era a que vinha do quarto onde estava. Aventurar-me ali parecia loucura, mas tinha de tentar sair dali. Pois podia não ter outra chance de sair dali. O que não foi deveras uma boa ideia.


Consegui levantar-me e andar algum tempo. Até que cheguei a uma porta fechada e por estranho que parecesse não estava trancada, por isso abri-a com cuidado e do outro lado só havia escuridão.

Enquanto voltava voltei a sentir-me observada, mas de uma maneira estranha como a daquela noite. E voltei a ver o vulto daquele grande morcego à minha frente. Juntei as minhas últimas forças para correr em direcção ao quarto, mas antes de conseguir chegar senti algo como laminas afiadas arranhar as minhas costas. Aterrorizada continuei a correr para a luz, quando à porta do quarto, ele apareceu, e num piscar de olhos já estava atrás de mim a combater aquele vulto estranho que foi trespassado ao meio pelas garras dele. Estava confusa sem saber o que pensar. Apenas tinha conseguido perceber que o que me atacou naquele dia não foi “o rapaz”, mas sim aquele vulto que ao desaparecer deixou cair um papel igual aos que encontrava. Este desfez-se em cinzas assim que tocou o chão.

Ele voltou para a sua forma humana, pegou em mim mais uma vez e levou-me de novo para o quarto. Com isto tudo a ferida do ombro voltou a abrir mais, mas nas costas tinha apenas leves arranhões que provavelmente passariam em alguns dias. Por sorte ele tinha desaparecido para buscar mais das mesmas ervas da última vez e voltou a mudar os curativos.

Pedi-lhe que me explicasse tudo o que se estava a passar desde a primeira vez que o vi, mas no entanto ele continuava inexpressivo como sempre tinha estado. Tentei implorar-lhe, mas nada. Então disse-lhe:

- Sabes que sorris-te enquanto dormias?

A expressão dele mudou imediatamente, parecia surpreso e envergonhado. Porém não emitiu um único som. Perguntei-lhe o nome e mais uma vez nada disse. Não sabia o que fazer para obter respostas. Pedi-lhe para me levar para casa, ele olhou-me nos olhos com um olhar frio. Percebi logo que aquilo era um não.

Olhei para as ervas que restaram dos curativos, eram diferentes das que estava habituada a ver. Não pareciam terrestres. Limitei-me a ficar quieta a observá-lo. Precisava de respostas, queria ver se a sua expressão voltava a mudar, mas isso não aconteceu.

Ali fechada e sem nada para fazer, comecei a vasculhar tudo, gavetas, armários, tudo o que parecesse esconder alguma coisa, eu tive de abrir. Havia uma porta que dava acesso a uma cozinha e outra a uma casa de banho. Entrei na cozinha, como era uma cozinha normal, fui procurar comida. Havia comida humana e eu precisava de comer, estava sem comer à horas.

Do nada ele entra e abraça-me com força e sussurra-me ao ouvido com uma voz profunda:

- Eu sou Rin, o demónio que foi nomeado para passar o tempo todo a desviar-te para as trevas desde que nasceste, mas não consigo ver-te apenas como um ser humano. Por favor fica comigo.

Fiquei sem palavras e sem saber o que fazer. Impulsivamente abracei-o de volta. E decidi ficar mais um tempo. Não sei se decidi isto porque ainda tinha as feridas “feias demais” para poder voltar para casa assim, ou se foi pela coisa que senti com aquele abraço.

Simplesmente não tenho certezas de nada no momento.


Ps: Ainda falta a one shot de uma concorrente, assim que me enviar eu publico. ^^

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