17 de fevereiro de 2014

Capitulo 9 - Afinal... Preciso de ti... - Fanficiton - "A arte da máfia" - Malina Evans

Pov Kaito

–Agora vais ter que ficar a descansar enquanto eu vou à farmácia comprar os medicamentos que o médico receitou.

–Já sei. Sabes quantas vezes me dissestes isso desde que saímos do hospital?

Era domingo e o meu pai, já tinha voltado para casa. Eu fiquei no hospital durante a noite à espera do meu pai, depois de ir embora do karaokê. A Aki achou que era melhor ficar com ele caso o médico dissesse algo e, ela estava certa. Por volta das onze horas da manhã o médico deu alta ao meu pai e, os homens dele que estavam lá como guarda-costas, trouxeram-no no carro até casa e eu vim atrás, na minha mota.

–E vou continuar a repetir!- ajudei-o a deitar-se no futon e depois tapei-o- Eu vou dizer aos avós que vou sair e para ficarem de olho em ti para não te atreveres a sair daqui, ouviste?

–Siiiiiiim!- e tapou-se até à boca- Deves ser o filho mais chato que existe, sabias?- eu apenas me levantei e me dirigi ao fusuma, abrindo-o.

–Obrigado!- e depois virei um pouco a cabeça para ele- Vou levar isso como um elogio!- sorri e fechei o fusuma.

Saí rapidamente de casa e corri até à mota. Antes de me sentar nela, lembrei-me da Aki... Lembrei-me da primeira vez que ela aceitou uma boleia minha e que se agarrou a mim com tanta força que quase me sufocava… E enquanto me lembrava disso, ria! Mas ai lembrei-me do que tinha acontecido ontem… Quando lhe disse aquilo… “Ajuda-me Aki.” A minha voz e o momento apareceram na minha mente. Tinha acabado por lhe pedir ajuda para aquilo que não queria que ela me ajudasse… Não ela… Porque se algo lhe acontecesse…

Abanei a cabeça, livrei-me desses pensamentos, sentei-me na mota e pus-me a andar até à farmácia mais próxima.

Estacionei a mota entre o passei e a estrada junta da porta da farmácia, tirei o capacete e coloquei-o debaixo do braço e coloquei o meu chapéu. Aproximei-me da porta e assim que ela abriu automaticamente, deparei-me com a Aki a sair.

–Aki!- exclamei surpreendido por a ver ali e apesar dela não ter dito nada, também parecia surpreendida- Que fazes aqui?- assim que olhei para baixo, vi que trazia nos seus braços, um saco da farmácia- Viste comprar medicamentos?

–Claro. O que achas que se faz aqui?- perguntou-me abanando o saco branco em frente à minha cara. Eu apenas fiquei a olhar para ela perguntando-me para quem seria aquilo, e ela apenas suspirou- Se queres saber para quem é, eu digo-te, são para a Juliet. Ela está doente e pediu para vir aqui. Apesar de não gostar dela, também não me custa nada.- apenas me limitei a sorrir! Esta rapariga parecia que adivinhava os meus pensamentos.- E tu? Que fazes aqui?

–Vim comprar uns medicamentos para o meu pai.

–Ele já está em casa?

–Sim.

–Ainda bem!- respondeu-me com um sorriso. Realmente gostava daquele seu sorriso. Desde que eu e Aki nos aproximamos, as coisas entre nós ficaram bastante diferentes, só para não dizer estranhas…- Kaito?- a sua voz fez-me voltar à realidade.

–Diz!

–Não é nada. Apenas quero que saias da frente para eu passar e tu ires comprar os remédios para o teu pai.

–Ah pois é!- e depois afastei-me, ela apenas suspirou.

–És mesmo um cabeça de vento… Não haja dúvida.- respondeu começando a andar e eu fiz o mesmo para dentro da farmácia, até que me lembrei.

–Aki, espera!- chamei-a dando uns passos apressados até ela e o som da minha voz fê-la virar-se para trás.

–O que foi?

–Tu… Tu queres ir até lá a minha casa?- ela apenas ficou a olhar para mim com uma cara de espanto, talvez não tava a espera que eu lhe perguntasse aquilo.

–Tu estás a falar a sério?

–Claro…- senti-me um pouco envergonhado ao fazer a pergunta, mas mesmo assim não pude evitar faze-la.

–Bem… Porque não?- vi que nas suas bochechas estava um tom rosado, e além disso estava a olhar para outro lado, isso só queria dizer que ela estava envergonhada- Mas primeiro preciso de fazer uma coisa…

–O quê?- e voltou a abanar o saco em frente à minha cara.

–Preciso que de ir a casa dar isto à Juliet! Importas-te de me dar boleia?- perguntou-me piscando o olho.

–Isso pergunta-se?!

/////

Depois de ter levado a Aki a casa, ela demorou uns cinco minutos antes de voltar e logo a seguir pusemo-nos a caminho.

–Porque me perguntas-te se queria ir contigo à tua casa?- ouvi por trás do seu e do meu capacete e por trás do barulho de todos os carros e do som da mota a trabalhar. Realmente não sabia porque tinha feito essa pergunta. Quando dei por mim já a tinha feito e não tinha como voltar atrás.

–Bem… Porque me apeteceu…

–A sério?- perguntou num tom aborrecido.

–Sim! E além disso, diz lá a verdade! Preferes ir comigo até minha casa ou preferes ir cuidar da tua madrasta?

–Huuum… Sinceramente nenhuma das duas opções me parece tentadora!- vi a partir do retrovisor, que essa resposta, também tinha vindo com um sorriso.

–Sim… Claro… Engana…

–Estou a falar a sério!- respondeu entre risos.

–Hoje estás bem-disposta!- não era normal da Aki estar cheia de sorrisos nem nada do gênero, por isso achava estranho, mas mesmo assim, preferia quando ela estava assim, feliz, porque por alguma razão, também eu ficava feliz.

–O quê? Preferes o meu mau humor de sempre e esteja sempre a reclamar contigo?

–Não! Deixa estar! Assim está ótimo!- respondi, também eu com um sorriso. De repente, senti algo cair para a minha mão e de repente começou a chover- Agarra-te bem, vou acelerar.- e com o meu aviso, senti os dedos da Aki envolverem a minha camisola castanha, o que fez o meu coração começar aos pulos.

Finalmente chegamos à minha casa, a parte má é que já vínhamos os dois encharcados. Pedi que me abrissem a porta rapidamente e a ordem logo foi efetuada, entrei pelo portão a dentro e estacionei a mota junto ao muro e os grandes portões logo foram fechados de novo.

–Uau! Bela casa! É enorme!- exclamou a Aki entregando-me o capacete para o arrumar junto do meu.

–Pois é!- assim que arrumei tudo pus-me andar- Aki?- mas ela estava distraída a olhar para todo o lado, mas assim que a chamei, a sua atenção virou-se para mim- Vens?

–Sim, claro.- colocou-se ao meu lado e começamos a correr.

Fomos andando pelos corredores exteriores da casa onde a chuva já não nos atingia, até irmos ao quarto do meu pai. Os meus avós não gostam muito de visitas nestas alturas e muito menos quando não são avisados ou quando as visitas não são importantes.

–Tu tens montes de empregados…- murmurou.

–Pois tenho. E isto não é nada.- vi pelo canto do olho que ela ficou a olhar para mim com cara de espanto, provavelmente nunca imaginou que eu vive-se num sitio assim. Mas ser filho de um chefe de máfia japonesa, é normal que as coisas sejam assim.

Assim que chegamos à parte onde ficava o quarto do meu pai, abri o fusuma, mas logo fechei abrutadamente.

–O que se passa?- perguntou-me a Aki.

–Nada!- claro que se passava algo, os meus avós estavam no quarto do meu pai e se entrasse ali com a Aki, iam logo começar a chatear-me.

–Uhebara Kaito!- chamou-me a voz de cana rachada da minha avó e sabia bem que quando ela me chamava pelo nome todo, é que estava chateada- Chega aqui imediatamente!

–Estou a ir.- respondi amargamente abrindo o fusuma novamente e encarando o olhar furioso da minha avó.

–Olá Kaito!- cumprimentou-me o meu pai com um grande sorriso, sentado no futon e tapado pelo mesmo.

–Cala-te Hiraji!- Hiraji, o nome do meu pai.

–Sim… Desculpe.- respondeu o meu pai parecendo um cachorrinho obediente. O meu pai podia ser o chefe de uma máfia japonesa, mas à minha avó ele não fazia frente e até chegava mesmo a ter medo, o que por vezes até metia piada, exceto quando era comigo.

–Para que foi isso?

–Por nada.- respondi enquanto empurrava a Aki com o braço.

–Está quieto.- murmurou a Aki.

–Quem tens aí contigo?

–Bem… Aaah…

–Deixa-te de rodeios e apresento-nos!- puxei-a a Aki para junto do mim e via murmurar algo entre dentes enquanto olhava para mim e depois olhou para a minha família. Dei-lhe uma cotovelada.

–Apresenta-te.- sussurrei.

–Ah sim!- ela fixou a minha família e endireitou-se- Chamo-me Furukawa Akisawa. É um prazer.- e curvou-se, mas logo de seguida voltou a endireitar-se.

–Então tu é que és a Aki! Ouvi falar muito de ti!- comentou o meu pai apontado para mim com o queixo e nesse momento senti a face a arder e virei a cara, o meu pai apenas se ria, divertido com a situação.

–Bem, se não se importam…- começou o meu avô levantando-se e puxando de leve a minha pelo braço- Vamos?- perguntou à mesma.

–Mas…

–Querida, acho que a jovem Furukawa veio aqui como colega do Kaito e não foi para a chatearmos com perguntas.- a minha avó ia a dizer algo, mas não conseguiu e foi levado pelo meu avô. Assim que o fusuma se fechou, aquele que estava aberto para nós também se fechou.

–Olá pai.- cumprimentei-o sentando-me junto dele- Como estás?

–Bem melhor!- e nesse momento o seu olhar virou-se para a Aki que ainda continuava de pé- Não fiques ai! Chega aqui! Ninguém te morde!- ela apenas sorriu e começou a aproximar-se- Bem… Pelo menos eu não, mas a minha sogra é bem capaz disso!- respondeu entre risos o que fez a Aki rir-se e a mim apenas revirar os olhos, mas apesar disso, o meu pai tinha razão- O Kaito falou-me muito de ti, vocês são bastante amigos, não?

–Nós só nos começamos a dar há uns meses, mas sim, somos amigos.

–Fico feliz! Fico muito feliz em ouvir isso!- comentou o meu pai com uma voz doce e com uma expressão doce no olhar. Eu já sabia o que aquilo queria dizer, mas dispensava que ele começa-se a inventar coisas na sua cabeça- Mas agora que reparo nisso… Porque é que vocês os dois estão molhados?- eu e a Aki olhamos um para o outro ao mesmo tempo e aí é que nos lembramos que estávamos molhados devido à chuva que começou a cair de repente, mas aquilo era um ótimo pretexto para sair dali e acabar com as intensões do meu pai.

–Começou a chover de repente quando te fui os medicamentos, por falar nisso, aqui estão eles.- respondi entregando-lhe o saco branco, ele apenas olhou para o conteúdo, retirou uma caixa e depois deitou a língua de fora, eu apenas me levantei- Não comeces com essas coisas. Vais tomar esses remédios Uhebara Hiraji.

–Olha o pirralho…- murmurou o meu pai, mas mesmo assim ainda o consegui ouvir.

–Aki, vens?

–Aonde?- e nesse momento ela levantou-se e eu abri o fusuma.

–Secar-nos, claro.- e veio ter comigo.

–Vão lá! E Akisawa…

–Sim?

–Se precisares de roupa, o Kaito que peça à avó.

–Obrigado, mas acho que não vai ser necessário!- respondeu, mas quando a Aki ia fechar o fusuma, o meu pai chamou-a- Diga.

–Foi um prazer conhecer!- respondeu com sorriso, mas eu logo fechei o fusuma rapidamente antes dela ter tempo de responder.

–Mas para que foi isso?- eu apenas continuei a andar, ignorando a sua pergunta.

–Vem.- chamei-a acenando com a mão.

Assim que chegamos à casa de banho, retirei duas toalhas das prateleiras e atirei uma à Aki e ela agradeceu.

Estávamos ambos encharcados e tínhamos a roupa empapada. Os cabelos volumosos da Aki, naquele momento estavam lisos e encharcados, das pontas caiam várias gotas de água que lhe escorriam pela face até chegarem às roupas deixando-as molhadas, ela estava linda… Naquele momento, a Aki estava linda e podia ficar a olhar para ela durante horas que não me iria aborrecer de a ver naquele estado.

Nesse momento, lembrei-me da maneira como o meu pai estava a dirigir as palavras à Aki e sabia porque razão falava daquela maneira e queria esclarecer tudo de uma vez.

–Ouve, se o meu pai começar a falar sobre… Bem…

–Sim?- perguntou enquanto secava os cabelos vermelhos.

–Se ele começar a falar sobre amor, ou sobre nós algum dia começarmos a namorar, ignora.- respondi virando as costas e começando a limpar o cabelo.

–Porquê?

–Porque isso não é verdade e nós de certeza que nunca vamos namorar, não é? Por isso não faças caso do que ele disser.- o silêncio invadiu aquele espaço até que vi a Aki pousar a toalha em cima da bancada e depois voltou para onde estava.

–Porque não? Sou uma pessoa assim tão horrível? Sou assim tão feia?- e nesse momento virei-me para ela.

–Não… Aki… Não foi isso que quis dizer.- tinha sido tão estupido ao dizer o que disse. Ela tinha acabado por pensar outra coisa e tinha acabado por ofende-la- Eu não quis dizer nada disso! Tu és linda, divertida e tu mais mas… Mas eu apenas não… Nunca…

–Nunca às de gostar de mim, não é? Não dessa forma...- aquela frase foi como se me tivessem espetado uma facada no coração, por alguma razão as suas e as minhas palavras, estavam a afetar-me imenso e era… horrível.

De repente, ouvi o fusuma abrir e quando me voltei, vi que a Aki estava a sair e antes de o fechar de novo, vi que a sua cara estava novamente molhada. A principio pensava que era da chuva, mas quando reparei bem, vi que eram lágrimas que escorriam pela sua cara.

Corri até ao fusuma, abri-o, mas a Aki já não se encontrava naquele longo corredor. Voltei a fechar o fusuma e encostei a cabeça e aí, as lágrimas que começaram a escorrer, foram as minhas.

Precisava da Aki! Precisava dela ao meu lado… Do seu carinho, da sua amizade e até mesmo das suas zangas. Agora sim... Podia dar toda a razão do mundo ao meu pai, porque afinal... Precisava dela. E ia precisar o mais depressa possível porque as minhas dores de cabeça estavam piores, e eu tinha frio… Muito frio… Estava a sentir o meu corpo enfraquecer e não era bom.

–Não… Isto não pode acontecer… Não agora…

Nesse momento, ouvi uma voz feminina a chamar-me e abri logo o fusuma pensando que fosse a Aki, mas logo vi quem era na realidade.

–Naomi… Que fazes aqui?- quando comecei a ir até ela, senti a cabeça à roda e de repente, tudo ficou escuro e senti o meu corpo embater no chão pesadamente.

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